"Diante dos eventos ocorridos na Embaixada da Venezuela, repudiamos a interferência de atores externos", disse.
O chefe de Estado também afirmou que o governo estava tomando medidas para evitar atos de violência. "Estamos tomando as medidas necessárias para resguardar a ordem pública e evitar atos de violência, em conformidade com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas", comentou.
Mais cedo, por meio de nota, o Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela segurança da presidência, reconheceu que o espaço tinha sido "invadido" por seguidores de Guaidó, segundo publicou o portal UOL.
"Como sempre, há indivíduos inescrupulosos e levianos que querem tirar proveito dos acontecimentos para gerar desordem e instabilidade; o presidente da República jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou a invasão da Embaixada da Venezuela, por partidários do Sr. Juan Guaidó; as forças de segurança, da União e do Distrito Federal, estão tomando providências para que a situação se resolva pacificamente e retorne à normalidade", disse o órgão.
Depois, o GSI alterou o comunicado, retirando a menção ao autoproclamado presidente venezuelano do texto, mas mantendo o termo "invasão".
Deputado diz que Itamaraty se negou a retirar invasores
Um grupo entrou no início da manhã desta quarta-feira (13) na embaixada venezuelana. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse à Sputnik Brasil que cerca de 30 pessoas "fardadas", que seriam "agentes contratados", invadiram o local e chegaram até a área residencial da representação diplomática.
O parlamentar contou ainda que um funcionário do Itamaraty foi até espaço, mas não estaria disposto a retirar o grupo, pois o governo brasileiro não reconhece Nicolás Maduro como líder do país e nem seus representantes no exterior. A Polícia Militar de Brasília está na porta do espaço, mas não pode entrar por se tratar de território estrangeiro.
Apesar da nota do governo, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, usou as redes sociais para apoiar a ocupação do local. "Nunca entendia essa situação. Se o Brasil reconhece Guaidó como presidente da Venezuela por que a embaixadora Maria Teresa Belandria, indicada por ele, não estava fisicamente na embaixada? Ao que parece agora está sendo feito o certo, o justo", argumentou.
A ocupação da embaixada coincide com o primeiro dia da reunião de cúpula do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Brasília, que está com a segurança reforçada.
Nomeada por Guaidó disse que funcionários abriram embaixada
O aviso sobre a ação partiu do encarregado de negócios da Venezuela no Brasil, Freddy Meregote, que disparou áudios para parlamentares e lideranças de movimentos sociais. Os invasores teriam pulado o muro e ocupado as instalações.
O grupo, no entanto, diz que entrou no local pacificamente, com autorização de funcionários da representação diplomática que teriam desertado e reconhecido Guaidó como presidente venezuelano. Tomás Alejandro Silva, ministro-conselheiro da embaixada nomeado por Guaidó, teria tido o acesso liberado ao local pela primeira vez. Guaidó indicou a advogada María Teresa Belandria Expósito como embaixadora no Brasil, nomeação aceita pelo Itamaraty.
Por meio de um comunicado, Belandria disse que "funcionários" da embaixada entraram em contato com os representantes do governo autoproclamado para informar "que reconhecem Juan Guaidó como presidente". Em seguida, eles teriam entregado "voluntariamente" a sede diplomática" e comunicado o Itamaraty.