Os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul defendem bandeiras contrárias às de Donald Trump durante encontro em Brasília, notou o jornal Frankfurter Allgemeine. Dentre os temas mais polêmicos estão o clima, o papel das organizações internacionais e o livre comércio.
"É essencial que todos os membros da Organização Mundial do Comércio [OMC] evitem medidas unilaterais e protecionistas, que são contrárias ao espírito e às regras da OMC", dita a declaração.
A declaração retomou o pleito dos países emergentes de reforma nas principais instituições de governança global, como a OMC e o Fundo Monetário Internacional (FMI) e pede reforma "abrangente" do Conselho de Segurança da ONU.
A administração Trump tem tomado medidas consideradas protecionistas no âmbito do comércio, impondo tarifas comerciais não só a países como a China, mas também a produtos oriundos de países da União Europeia.
De acordo com o presidente da China, Xi Jinping, medidas protecionistas ameaçam os fluxos internacionais de comércio e investimentos e podem levar à diminuição drástica na atividade econômica mundial.
A declaração também defende em uníssono o Acordo de Paris sobre o Clima, do qual os EUA se retiraram recentemente. A administração Trump é cética em relação à veracidade do fenômeno e revogou medidas nacionais e internacionais de combate às mudanças do clima.
Corrida armamentista no espaço
Outro ponto que contraria a política norte-americana é a rejeição por parte do BRICS da militarização do espaço, que poderia se materializar no caso de os EUA saírem do Tratado do Espaço Sideral de 1967.
"Expressamos nossa séria preocupação com a possibilidade de uma corrida armamentista no espaço e reafirmamos a necessidade de realizar atividades de exploração e usos pacíficos do espaço", acordaram os líderes do bloco econômico.
A 11ª cúpula do BRICS foi encerrada na última quinta-feira (14), em Brasília, e contou com a participação dos chefes de Estado dos cinco países-membros. Os países do BRICS, juntos, representam 23% da economia mundial e 18% dos fluxos de comércio globais, além de 42% da população.