A família de mísseis Kalibr reúne vários tipos de projéteis. Primeiro, são os mísseis antinavio ZM-54K/ZM-54T com ogivas penetrantes de alta explosão. Em segundo lugar, são os ZM-14K/ZM-14T, que são projetados para atacar alvos terrestres e também estão equipados com ogivas altamente explosivas.
Em terceiro lugar, são os torpedos com motor de foguete 91R1 e 91RT2, que se destinam a combater submarinos do provável inimigo. Todos os modelos são padronizados em tamanho e se encaixam nas células dos sistemas de disparo universais ZS14 de baseamento naval.
Dinastia de mísseis
Existem também os mísseis de cruzeiro de baseamento aéreo Kalibr-A, lançados por aviões táticos e estratégicos, sendo que alguns supostamente podem ser disparados pelos sistemas táticos operacionais Iskander.
Os principais portadores do Kalibr são navios e submarinos: fragatas dos projetos 22350 e 11356, corvetas do projeto 20385, pequenos navios de mísseis dos projetos 21631 e 22800, navios-patrulha do projeto 22160 e submarinos dos projetos 885 Yasen, 636 Varshavyanka, 677 Lada, 971 Schuka-B e 877 Paltus. O alcance de voo declarado do Kalibr de baseamento naval é de cerca de 1.400 quilômetros.
Trajetória complexa
O princípio de funcionamento dos mísseis Kalibr envolve uma preparação pré-lançamento complexa: a introdução de uma trajetória eletrônica que inclui altitudes, rotas, pontos de controle e de referência. As características do alvo a ser atingido pelo míssil também são adicionadas.
Depois da introdução da missão de voo, é verificado o sistema de controle de prontidão incorporado no míssil, seguido pelo acionamento do motor de propulsão de combustível líquido à base de querosene. O próprio foguete determina a sua altura por rádio ou altímetro barométrico.
O percurso do Kalibr é curvilíneo e depende do terreno da superfície subjacente, da presença de meios de defesa antiaérea e de reconhecimento eletrônico inimigos, bem como de muitos outros parâmetros.
Missão de voo
"Mísseis de cruzeiro são armas operacionais e estratégicas […] Eles são especialmente bons se o inimigo não tiver um sistema de defesa antiaérea multicamadas", disse o especialista militar Viktor Murakhovsky.
Murakhovsky cita exemplos recentes de funcionamento eficaz e ineficaz destas armas.
"O primeiro foi o ataque às instalações na Arábia Saudita. Enquanto os mísseis eram bastante primitivos em comparação com os mísseis russos ou americanos, o dano do ataque foi estimado em bilhões de dólares. O segundo caso foi o lançamento pelos americanos e seus aliados de cerca de cem mísseis de cruzeiro contra instalações na Síria. Aí o sistema de defesa antiaérea sírio comprovou toda a sua eficácia e abateu quase todos", exemplificou.
Durante o voo, o míssil passa por todos os pontos de controle programados na trajetória, em cada um deles é determinada a sua posição e ela é comparada com a missão de voo.
Quando o Kalibr entra na área do alvo, ele volta a determinar as suas coordenadas utilizando o método de correlação extrema ou a imagem óptica do terreno. Recentemente, têm sido usados ativamente sistemas eletrônicos de orientação, quando as imagens do alvo, previamente inseridas na missão de voo, são comparadas com a imagem real armazenada na memória do míssil. Neste caso, o desvio no ataque é mínimo.
A Rússia está criando ativamente uma base de dados eletrônica de imagens de possíveis alvos. Essa abordagem acelera visivelmente a introdução das missões de voo contra alvos em qualquer parte do mundo.