A mudança foi anunciada pelo secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, que afirmou em coletiva de imprensa que os assentamentos não são "por si só, inconsistentes com o direito internacional".
O chefe da diplomacia de Washington criticou um parecer de 1978 do Departamento de Estado que classificou os assentamentos como ilegais. É a mais recente das medidas do governo Trump para reforçar o domínio de Israel sobre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, territórios reivindicados pelos palestinos para estabelecer seu próprio Estado.
Cerca de 600 mil israelenses vivem em assentamentos em territórios ocupados da Palestina.
"Chamar o estabelecimento de assentamentos civis inconsistentes com o direito internacional não funcionou, não avançou a causa da paz", disse Pompeo. "A dura verdade é que nunca haverá uma resolução judicial para o conflito, e argumentos sobre quem está certo e quem está errado por uma questão de direito internacional não trará paz''.
Pompeo disse que a decisão dos EUA não deve ser usada como precedente para nenhuma outra parte do mundo ou interpretada como uma tentativa de prejudicar o status final da Cisjordânia.
"Não estamos tratando ou prejudicando o status final da Cisjordânia. Isso é para israelenses e palestinos negociarem", acrescentou.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, agradeceu à administração de Trump por "corrigir um erro histórico".
"A política reflete uma verdade histórica - o povo judeu não é colonialista estrangeiro na Judéia e Samaria [nome de Israel para a Cisjordânia]. Na verdade, somos chamados judeus porque somos o povo da Judéia", afirma Netanyahu.
Diferentemente de Israel e dos EUA, a comunidade internacional vê a presença e expansão de assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada e na anexada Jerusalém Oriental como uma medida ilegal e um dos principais obstáculos para a paz no Oriente Médio.
A decisão de Washington foi alvo de críticas da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).
"A lei e o sistema internacional definem claramente a ilegalidade dos assentamentos israelenses, incluindo o Tribunal Internacional de Justiça, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha", disse Saeb Erekat, secretário-geral da OLP.