Em uma medida mais recente para reforçar o controle de Israel sobre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, territórios reivindicados pelos palestinos para estabelecer um Estado próprio, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou na segunda-feira que os EUA não veem mais dezenas de assentamentos, lar de mais de 600.000 israelenses, inconsistentes com o direito internacional.
"Isso acelerará a abordagem da solução de um único Estado, um Estado para dois povos, um Estado binacional. Não acho que seja um desenvolvimento positivo para Israel. Aqueles que estão felizes hoje devem saber em pouco tempo que encontraremos incapazes de nos separar dos palestinos", declarou Svetlova.
"Nós, nossos filhos e netos, estaremos condenados a esta coexistência forçada com outra nação que não deixará de lutar por seus direitos", acrescentou.
Atualmente bolsista de pesquisa no Centro Interdisciplinar Israelense de Herzliya, ela pertenceu ao influente Partido Sindical da esquerda e, por quatro anos consecutivos, até o início de 2019, serviu como membro da oposição parlamentar ao primeiro-ministro de direita Benjamin Netanyahu, atacando-o por renegar o processo de paz com os palestinos.
Solução justa
Svetlova afirmou que seria errado esperar que a declaração de Pompeo levasse a questão dos acordos para fora da mesa de negociações, assim como o reconhecimento dos EUA de Jerusalém como capital de Israel há dois anos não aproximou as partes conflitantes da solução da disputa sobre o assunto que envolve a cidade sagrada.
"Essa abordagem diferente, essa decisão que foi tomada agora pelo governo americano é a mais declarativa. Ela realmente não se aplica ao que está acontecendo nos assentamentos israelenses ou na esfera de conflito entre Israel e a autonomia palestina", comentou Svetlova.
"A lei internacional não mudará, a hostilidade que experimentamos na Cisjordânia e em outras partes não desaparecerá. Mais importante, acho que, não ajudará israelenses e palestinos a encontrar uma solução justa para esse conflito", prosseguiu.
Ela não acredita que Netanyahu, agora lutando para permanecer no poder, possa honrar sua promessa eleitoral de anexar partes da Cisjordânia, ainda consideradas ocupadas mesmo na legislação israelense.
"Talvez haja mais atividades de assentamento, mas eu realmente duvido que, a menos que tenhamos um governo de extrema-direita, haverá um progresso real em direção à anexação. Por enquanto é principalmente propaganda", avaliou Svetlova.
Ela alertou ainda que tais medidas exacerbariam severamente as tensões entre israelenses e palestinos.