'Uma grande comédia', diz tenente-coronel dos EUA convidado para ser ministro da Defesa da Ucrânia

O tenente-coronel Alexander Vindman conta que foi convidado por três vezes para ocupar o posto de ministro da Defesa da Ucrânia. Apesar de se dizer lisonjeado com a proposta, Vindman recusou: "Sou americano".
Sputnik

De acordo com o oficial norte-americano, em maio, um então alto funcionário do governo ucraniano, Aleksandr Danilyuk, fez um convite para ele integrar o gabinete de ministros ucraniano, o que teria sido prontamente recusado.

O alto funcionário ucraniano que fez o convite, Aleksandr Danilyuk, alega ter feito uma brincadeira. Mas, de acordo com um especialista ouvido pela RT, o convite só foi classificado de "brincadeira" porque foi recusado. Se Vindman tivesse aceitado, provavelmente a história seria bem diferente.

"Seria uma grande honra, mas eu sou americano [...] Eu recusei prontamente a proposta e não cheguei a considera-la [...] isso tudo é uma comédia", disse ele, notando que foi a terceira vez que recebeu o convite.

Vindman nasceu em Kiev em 1975. Sua família emigrou para os Estados Unidos quando ele tinha quatro anos. Ele optou pela carreira militar e entrou no Exército norte-americano. Serviu na Alemanha e na Coreia do Sul, participou de operações militares no Iraque, onde inclusive foi ferido.

'Uma grande comédia', diz tenente-coronel dos EUA convidado para ser ministro da Defesa da Ucrânia

O oficial trabalhou como adido militar nas embaixadas dos EUA em Kiev e Moscou, é fluente em língua ucraniana e russa e é considerado um dos principais especialistas em Ucrânia no Exército americano.

Quando foi convidado para participar da delegação dos EUA à cerimônia de posse do atual presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, ele não esperava receber um convite para integrar o gabinete de ministros.

De acordo com o autor do convite, Aleksandr Danilyuk, que então ocupava o posto de secretário do Conselho de Segurança Nacional ucraniano, tudo não passou de uma piada:

"Nós sorrimos e demos risada. Isso foi claramente uma piada", disse o ucraniano para o jornal The Daily Beast.

De acordo com o cientista político ouvido pela RT, Aleksandr Dudchak, o convite provavelmente foi real e está em consonância com a mentalidade da atual administração ucraniana:

"Eu acho que isso não foi uma piada, mas um convite real [...] como não foi aceito, dizem que foi uma piada. Mas se tivesse sido aceito, iriam se gabar de ter um ministro da Defesa americano", disse.

O especialista lamenta o ocorrido, que seria um sinal de "completa ausência de soberania nacional".

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Não é a primeira vez que a Ucrânia considera nomear estrangeiros para altos cargos de governo. Em 2005, o presidente empossado após a ruptura constitucional na Ucrânia, Pyotr Poroshenko, nomeou o ex-presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, para governador da região de Odessa.

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