Em entrevista à EurActiv, a presidente da Estônia, Kersti Kaljulaid, disse ainda que a Rússia é o "parceiro mais difícil" de todos, que não cumpre os compromissos que assume.
"Não é segredo que a Rússia não respeita a assinatura que coloca nos atos internacionais. Analisando esse fato, a OTAN chegou à conclusão que existem riscos consideráveis", disse a presidente.
A presidente estoniana afirmou que o número de tropas russas perto da fronteira com a Estônia é muito grande.
"Por isso a OTAN tem que entender que teremos pouco tempo para reagir se algo de errado acontecer", alertou Kersti Kaljulaid.
O cientista político Andrei Manoilo acredita que a presidente estoniana admite de fato que a questão em jogo não é a segurança, mas o dinheiro que a OTAN pode alocar no país.
"Quando Kaljulaid fala que a OTAN não investe suficientemente na estrutura de defesa da Estônia, que o nível é tão insuficiente que, se um conflito estourar, a aliança não será capaz de reagir, ela está se referindo a dinheiro, e não à segurança", disse Manoilo ao serviço russo da Rádio Sputnik.
Manoilo acredita que a intenção da presidente é argumentar que a Estônia pode virar uma lacuna no cinturão de defesa da aliança contra a "agressão russa".
"Ela fala praticamente de forma aberta que é necessário aumentar os gastos", concluiu o especialista.
A Estônia é um país vizinho da Rússia, localizado no mar Báltico. A capital da Estônia, Tallinn, fica a somente 320 quilômetros da cidade russa de São Petersburgo. O país fez parte da União Soviética e hoje é membro da União Europeia e da OTAN.