A Najash Rionegrina tem seu nome derivado da palavra Nahash (cobra em hebraico) e por seu esqueleto ter sido encontrado na província argentina de Río Negro.
Segundo publicou a revista científica Science Advances, o fóssil possui restos de patas traseiras, o que mostraria o quanto o corpo das cobras evoluiu até se tornar mais flexível como em cobras atuais.
O achado, estudado por pesquisadores da Universidade de Flinders, Austrália, comprovaria que as cobras teriam evoluído a partir de antigos lagartos.
Ainda segundo os cientistas, durante os primeiros 70 milhões de anos de evolução, o animal ainda se movia sobre um par de patas traseiras.
Esqueleto de "serpente bíblica" com patas traseiras é descoberto na Argentina
'Serpente bíblica'
No texto bíblico de Gênesis capítulo 3 versículo 14, a serpente, na história sobre Adão e Eva, recebe uma maldição divina segunda a qual o animal passaria a andar sobre o seu ventre, levantando à interpretação, entre muitas outras, de que o animal antes andaria de outra forma.
De acordo com Alessandro Palci, pesquisador da Universidade de Flinders, além do desaparecimento das patas traseiras, outras mudanças na estrutura do animal teriam surgido ao longo do tempo, como indicaria o fóssil.
"A Najash tem o crânio mais completo, tridimensionalmente preservado de uma serpente antiga. Isto está nos fornecendo uma grande quantidade de novas informações sobre como a cabeça das serpentes evoluiu. Tem algumas, mas não todas as juntas flexíveis encontradas no crânio de serpentes modernas. Sua orelha é intermediária entre a dos lagartos e das cobras atuais, e diferente destas, tem o osso da face bem desenvlvido, que também é remanescente dos lagartos", declarou Palci.
Ainda segundo Mike Lee, pesquisador do Museu do Sul da Austrália e da Universidade de Flinders, a "Najash encontrada mostra como as cobras evoluíram dos lagartos em passos evolutivos, tal como Darwin predisse".