No fim de setembro, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou que Putin enviou uma proposta relacionada aos mísseis de curto e médio alcance "aos principais líderes da Europa e Ásia".
A OTAN confirmou o recebimento da proposta, mas anunciou que não a considerava digna de confiança.
De acordo com o jornal alemão Frankfurter Allgemeigne, Macron teria respondido à correspondência de Putin no dia 23 de outubro, afirmando que a proposta merece análise cuidadosa e deve ser discutida não só no âmbito bilateral, mas também multilateral.
O Kremlin confirmou ter recebido resposta francesa sobre a proposta de moratória. Nesta quinta-feira (28), durante coletiva de imprensa conjunta com o secretário-geral da OTAN, Jen Stoltenberg, Macron reiterou, no entanto, que isso não implica que a França tenha acatado a ideia.
“Nós não aceitamos a moratória proposta pela Rússia [...] mas a aceitamos como uma base para o diálogo”, declarou Macron.
Anteriormente, o líder francês havia declarado à revista The Economist que a "OTAN perdeu totalmente a capacidade de coordenação interna, o que pode ser caracterizado como 'morte cerebral'". Hoje, ao lado de Stoltenberg, afirmou a relevância da aliança.
"A pergunta estratégica que vamos debater agora [na OTAN] é -contra quem? Quem é o nosso inimigo? Há quem diga que seja a Rússia e a China. Eu não acho. Nosso inimigo comum é o terrorismo", declarou.
Em 2 de agosto, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, conhecido como Tratado INF, assinado pelos EUA e União Soviética em 1987, deixou de estar em vigor após os Estados Unidos se retirarem unilateralmente do pacto.
O Tratado teve papel relevante na segurança europeia, uma vez que evitou a instalação de mísseis de curto e médio alcance no continente. Analistas temem que, com o fim do tratado, possa ser desencadeada uma nova corrida armamentista.