Erdogan retruca comentário de Macron sobre OTAN: deve checar sua própria 'morte cerebral'

Durante entrevista à revista The Economist, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que os aliados da OTAN não deveriam mais depender dos EUA para garantir a sua defesa, e acrescentou que "o que nós estamos presenciando é uma morte cerebral da OTAN".
Sputnik

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, comentou nessa sexta-feira (29) as declarações do presidente francês, dizendo que a sua avaliação da OTAN é "doentia e superficial".

De acordo com o presidente turco, Macron deveria checar primeiro a sua própria "morte cerebral" antes de fazer esse tipo de comentário em relação à aliança.

"Estou falando com o presidente da França, Emmanuel Macron, e direi o mesmo à OTAN. Primeiro de tudo, cheque a sua própria morte cerebral. Estas declarações são somente adequadas a pessoas como você, que está em estado de morte cerebral", disse Erdogan em discurso transmitido pela televisão. 

A OTAN não deveria ser culpada pelas más escolhas políticas da França e sua crescente irrelevância dentro da organização, declarou o diretor de comunicação do governo turco, Fahrettin Altun, nesta sexta-feira (29).

“A OTAN pode ser mais relevante e eficaz se nós trabalharmos juntos. Culpar a organização pelos seus próprios desafios de política externa, pelas suas más escolhas políticas, pela sua crescente irrelevância estratégica e por considerações de política interna é injusto para com a OTAN. É injusto para com o povo francês também”, disse Fahrettin Altun no Twitter.

Altun apelou aos Estados da OTAN para prestarem mais atenção às questões de segurança nacional enfrentadas por cada um dos membros.

"Em todos os encontros de líderes nós apresentamos nossas recomendações e pedimos aos nossos parceiros para compreenderem as preocupações de segurança nacional da Turquia", disse ele em outro tweet.

Nesta quinta-feira (28), durante uma coletiva de imprensa conjunta com o secretário-geral da aliança militar, Emmanuel Macron disse que seus comentários acerca da "morte cerebral" da OTAN podem ter servido como um alerta para a aliança.

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A polêmica declaração de Macron gerou uma imediata reação mundial: o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, saiu em defesa da organização, interrompendo sua agenda dedicada às comemorações do aniversário da queda do muro de Berlim.

A chanceler alemã, Angela Merkel, tal como o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, censuraram Macron por suas "palavras drásticas" e argumentaram que a OTAN se mantém como pilar essencial da segurança da Alemanha.

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