Pompeo expressou a posição de Washington enquanto fazia comentários na Universidade de Louisville nesta segunda-feira.
Ele declarou que a política dos EUA na América Latina se baseia em "clareza moral e estratégica", o que significa que Washington "não pode tolerar" regimes que considere insatisfatórios na região.
Pompeo disse que os protestos na Bolívia, Chile, Colômbia e Equador refletem o "caráter de governos democráticos legítimos e expressão democrática" e que os governos da região devem respeitar isso.
"Trabalharemos com governos legítimos para impedir que os protestos se transformem em tumultos e violências que não refletem a vontade democrática do povo", pontuou.
Pompeo acrescentou que os EUA "continuarão a apoiar países que tentam impedir que Cuba e Venezuela sequestrem esses protestos". Ele também acusou a Rússia de influência "maligna" na América Latina e de "sustentar" o governo venezuelano de Nicolás Maduro.
Os comentários de Pompeo surgem após o golpe de novembro na Bolívia, no qual o presidente socialista Evo Morales foi deposto enquanto protestos violentos e ataques a políticos o obrigaram a deixar o país. Jeanine Añez, líder da oposição, se declarou "presidente interina". Os protestos liderados pela oposição começaram por supostas irregularidades nas eleições.
As opiniões distintamente francas de Pompeo são uma espécie de admissão de que os EUA incentivarão protestos violentos e mudanças de regime onde considerarem um governo ilegítimo, mas trabalharão para anular o sentimento antigovernamental em países que veem como aliados obedientes.
Embora os EUA tenham apoiado o golpe boliviano, bem como as tentativas de golpe na Venezuela no início deste ano, praticamente ignoraram os protestos contra o governo no Chile, onde culpa a influência "maligna" da Rússia e da China.
Na Venezuela e na Bolívia, Washington apoia os auto-declarados "presidentes interinos".
Pompeo concluiu dizendo que ainda há "muito trabalho a fazer" na região, referindo-se à América Latina como o "quintal" dos EUA, segundo a agência AFP. Ele também alertou contra "atividades predatórias chinesas" na região, que, segundo ele, podem levar os países a fazer acordos que "parecem atraentes", mas "ruins" para os cidadãos.