A celebre entrevista dada pelo presidente francês à edição The Economist no mês passado, e na qual ele diagnosticou a OTAN com "morte cerebral", repercutiu como uma onda de choque por toda a Aliança Atlântica, sendo que muitos dos seus membros criticaram as suas palavras.
No entanto, outros estiveram menos dispostos a condenar as palavras do presidente francês, que aparentemente teriam refletido sua própria visão, pelo menos em certa medida.
'Morte cerebral' da OTAN
Justificando as suas palavras, Emmanuel Macron referiu que atualmente não há cooperação em matéria de segurança entre a Europa e os Estados Unidos. Apesar de receber muitas críticas, Macron defendeu as suas afirmações dizendo mais tarde que os ditos comentários eram uma "chamada de atenção" para a OTAN.
A ministra da Defesa da França, Florence Parly, também pareceu concordar com Macron, dizendo que ele se referia não à morte da Aliança, mas sim à crise pela qual a OTAN está passando.
A OTAN 'está sendo desafiada'
A posição de presidente francês pelos vistos também mexeu com a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, que apesar de não concordar com ele disse poder enxergar de onde vinha o seu argumento.
"Eu não quero me aprofundar sobre a escolha de palavras. Mas a análise básica de que a OTAN está sendo desafiada tem, acredito, algum mérito nisso", disse ela citada pelo jornal Jyllands-Posten.
Alternativas para OTAN?
A chanceler alemã está na frente daqueles quem flagelou Macron pelos seus comentários. No entanto, nem toda gente em Berlim está totalmente contente com o atual estado das coisas.
A ministra da Defesa alemã, Annegret Kramp-Karrenbauer, que é apontada por muitos como a possível sucessora de Merkel, apelou à criação de uma de "União Europeia de Defesa autoconfiante" durante um discurso perante jovens oficiais das Forças Armadas alemãs que decorreu em Munique, advertindo os europeus contra a redução de sua importância.