Alta do dólar poderá ter efeito 'muito grave' na alimentação do brasileiro, diz economista

Com a disparada do preço do dólar, as famílias brasileiras perderão poder de compra e podem ter sua dieta afetada. A avaliação é de Fábio Sobral, economista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Sputnik

Nas últimas semanas, o preço da moeda dos Estados Unidos bateu seguidamente o seu recorde de cotação nominal na comparação com o real. 

Uma das consequências mais imediatas da situação é o aumento do preço da carne bovina, que ficou mais barata para compradores do exterior e mais cara para o brasileiro.

Contudo, Sobral ressalta que os impactos serão muito mais amplos e prevê mudanças nos preços de itens diversos como remédios, combustíveis, fertilizantes, agrotóxicos, aparelhos eletrônicos, viagens ao exterior e serviços de assinatura pela Internet.

"Os produtos exportados pelo Brasil, como temos observados ultimamente com a carne, acabarão sendo vendidos ao exterior e provocarão elevação dos preços internos", diz o professor da UFC à Sputnik Brasil. "Mesmo a agropecuária depende cada vez mais de produtos e patentes importadas, então os preços internos no Brasil subirão"

Esse quadro, junto com o alto índice de desemprego, poderá aumentar os preços da cesta básica e gerar um resultado "muito grave" na alimentação do brasileiro, avalia o economista.

"As exportações aumentam e os preços da carne sobem, mas não ficam restritos à carne, os chamados bens substitutos da carne, como carne de frango, peixe, ovos e carne de porco terão também uma elevação. É uma situação muito complicada", afirma o professor da UFC.

A alta do dólar, diz Sobral, afeta o "conjunto da economia" e pode causar a perda de poder de compra das famílias, de modo que embora os vencimentos das pessoas não seja cortado, ele terá o poder de comprar menos coisas. 

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