Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Academia de Economia Nacional e Administração Pública da Presidência da República da Rússia conduziram estudo conjunto para identificar os potenciais agrícolas de Rússia e Brasil no contexto da cooperação BRICS.
Apesar dos países usufruírem de condições climáticas bastante diferentes, ambos são líderes mundiais na exportação de commodities agrícolas: a Rússia com a exportação de trigo e o Brasil com a soja.
O desenvolvimento do agronegócio e o seu contraste com a agricultura familiar também é uma realidade em ambos os países, acompanhada pelas tensões sociais advindas das pressões da expansão do agro.
Tanto na Rússia quanto no Brasil o agronegócio responde por 50% da produção agrícola total, e a mesma lógica de produção voltada para a exportação é aplicada pelas duas nações. A liderança nas exportações de commodities agrícolas foi atingida pelos gigantes graças à aplicação de alta tecnologia no campo.
Os russos ficaram particularmente impressionados com o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que tem papel fundamental no desenvolvimento da agricultura brasileira. Os pesquisadores russos não deixaram de notar a contribuição essencial das universidades localizadas na zona rural para o aumento da produtividade agrícola do país.
Já os brasileiros notaram a ampla rede de escolas, bibliotecas e centros culturais que a Rússia mantém nas suas zonas rurais. Para eles, o sistema russo fortaleceria o combate ao analfabetismo e o acesso à cultura, desafios significativos nas zonas rurais brasileiras.
Os pesquisadores acreditam que o resultado dos estudos, que conduziu robusto levantamento estatístico, irá apoiar os esforços para maior cooperação econômica e para o desenvolvimento do comércio entre os países.