O petista se encontrou na quinta-feira (5) com o presidente eleito do país vizinho em Buenos Aires. Pimenta fez parte de uma delegação de deputados que viajou para a Argentina para conversar com o peronista Sergio Massa, que deve assumir a presidência do Parlamento local.
"O presidente Alberto fez questão de manifestar o carinho, o respeito e a admiração que tem pelo presidente Lula", afirmou à Sputnik Brasil.
Também faziam parte da comitiva o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Eumar Nascimento (DEM-BA) e Orlando Silva (PCdoB-SP).
Sergio Massa convidou os brasileiros a se reunir com Fernández, agenda que não estava prevista inicialmente. O encontro também contou com a presença do futuro chanceler argentino, Felipe Solá, e do futuro embaixador em Brasília, Daniel Scioli.
'Enfrentar o neoliberalismo'
"Eles deixaram muito claro a absoluta disposição de construir junto com o Brasil uma unidade, uma parceria que fortaleça a América do Sul, para podermos enfrentar o neoliberalismo, que tenta manter a região como produtora de matéria prima e resiste a permitir avançarmos numa política soberana de ciência, tecnologia, industrialização e melhoria da qualidade de vida para o nosso povo", disse Pimenta.
Após o encontro, Rodrigo Maia divulgou que Fernández transmitiu recado ao presidente Jair Bolsonaro, pedindo para os dois governos trabalharem com "respeito" e "apreço" em nome de um "destino comum".
'Fortalecimento do Mercosul'
Pimenta confirmou a disposição do futuro presidente argentino em manter boas relações "institucionais" com o Brasil, além de defender o Mercosul.
"Ele reafirmou que do ponto de vista institucional pretende manter uma relação com o Brasil para fortalecer ainda mais a parceria econômica e tudo aquilo que for necessário para o fortalecimento do Mercosul", contou o deputado.
Recentemente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil poderia deixar o Mercosul com a vitória de chapa liderada por Fernández e a vice Cristina Kirchner na Argentina. Bolsonaro admitiu que todas as opções estavam sobre a mesa. Ele também ameaçou isolar o país vizinho no bloco. Nesta semana foi realizada em Bento Gonçalves (RS) a cúpula do Mercosul.
Após o triunfo de Fernández nas eleições, Bolsonaro lamentou o resultado e disse que o povo argentino tinha "escolhido mal". O peronista, por sua vez, chamou o presidente do Brasil de "racista, misógino e violento". Além disso, por vários ocasiões demonstrou apoio a Lula.
O mandatário brasileiro não comparecerá à posse do colega, marcada para 10 dezembro, quebrando uma tradição diplomática. Em seu lugar, irá o ministro da Cidadania, Osmar Terra.