Vladimir Chizhov, representante permanente da Rússia junto da União Europeia, manifestou sua convicção de que as relações com o bloco têm todas as possibilidades de ser relançadas depois que a nova liderança assumiu o comando em Bruxelas no início de dezembro.
"Estou absolutamente convencido de que durante o novo ciclo institucional da UE, que começou há apenas 10 dias, podemos testemunhar um 'novo começo' nas nossas relações que, tendo em conta a experiência que já tivemos, serão maduras, sensatas e mutuamente respeitosas", afirmou Vladimir Chizhov em comunicado.
De acordo com o diplomata, as atuais relações Rússia-UE não podem ser descritas como normais, observando que as sanções que a UE aplicou a Moscou na esteira da crise da Ucrânia de 2014 foram especialmente nocivas para os laços bilaterais. Muitos mecanismos de cooperação Rússia-UE foram suspensos.
Política e relações bilaterais em contraciclo
Ao mesmo tempo, a Rússia e a UE, observou, dependem uma da outra.
"Apesar de tudo, a UE é responsável por quase metade do comércio do nosso país, as empresas europeias continuam investindo na nossa economia, os russos estão batendo recordes em termos de obtenção de vistos Schengen, e a implementação de numerosos projetos conjuntos nos domínios da cultura, educação e ciência continua; a cooperação transfronteiriça está se desenvolvendo constantemente", declarou Chizhov.
A própria Bruxelas, prosseguiu, está gradualmente se apercebendo de que a UE e a Rússia precisam uma da outra para continuar a desenvolver-se. Continuar com a atual interação "semicongelada" a nível UE-Rússia seria, portanto, "míope", especialmente quando o diálogo bilateral de Moscou está ganhando impulso com um número de nações europeias, disse ele.
"Não nos devemos iludir: não é possível resolver um único problema internacional significativo sem a Rússia, e os nossos objetivos na área mundial são semelhantes em muitos aspetos", acrescentou Chizhov.
Em 2014, as relações entre a Rússia e a UE entraram em uma fase complexa quando Bruxelas impôs sanções a Moscou por causa da crise na Ucrânia. A Europa, em especial, condicionou o desagravamento das sanções à aplicação dos acordos de Minsk e, desde então, tem vindo a prorrogar as medidas restritivas de seis em seis meses. Moscou não é parte no conflito de Donbass, mas sim uma nação garante, como a França e a Alemanha. Moscou respondeu impondo um embargo às importações de produtos alimentícios provenientes dos países da UE, o que impactou muitas empresas europeias.