O parlamentar embarcou na quarta-feira (11) para Genebra, na Suiça. O objetivo é se aproximar de líderes mundiais ignorados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Nesta quinta-feira (12), ele se reuniu com o presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo.
"O presidente da Câmara Rodrigo Maia está em plena campanha para 2022, lançando sua plataforma no exterior, para depois, talvez, divulgá-la e expandi-la para o processo eleitoral interno", afirmou o professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Segundo o professor de Relações e Negócios Internacionais, o deputado "percebeu a existência de um vácuo" deixado por Bolsonaro.
Maia 'ocupa espaço' deixado por Bolsonaro
"Mais está promovendo a ocupação de um espaço que deveria estar sendo ocupado ou pelo chefe do Poder Executivo ou pelo ministro das Relações Exteriores. Mas o atual governo não tem um interesse muito grande pela globalização e pela integração das economias. A visão é mais para dentro do que para fora. Não contesto essa visão, mas acho que precisa ser melhor avaliada, pois o mundo está integrado e não podemos virar as costas para essa realidade", disse o pesquisador.
Em relação à OMC, Cassano afirmou que a entidade "exerce um papel importantíssimo nas relações econômicas internacionais", e o "Brasil não pode abrir mão de sua participação na organização, pois virar as costas para ela é dar vez aos interesses protecionistas que vem sendo estimulados" pelo governo de Donald Trump nos EUA.
Ao pleitear vaga na OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), o governo brasileiro aceitou abrir mão do status diferenciado que tem na OMC como país emergente.
Na agenda, encontro com Michelle Bachelet
Além do encontro com representantes da Organização Mundial do Comércio, Maia tem na agenda reuniões com a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, atual comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para direitos humanos, e o presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab.
Em setembro, Bachelet criticou políticas adotadas por Bolsonaro. O presidente respondeu elogiando a ditadura de Augusto Pinochet e criticando o pai da ex-mandatária chilena, que foi torturado durante o regime militar do país.
Também estão previstos encontros com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, o diretor-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, e diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Francis Gurry.
No início de dezembro, Maia e uma comitiva de deputados brasileiros fizeram uma viagem para a Argentina, onde se encontraram com o então presidente eleito Alberto Fernández, que tomaria posse dias depois.