Intimidação dos EUA contra armas russas poderia causar colapso no mercado norte-americano

A administração Trump tem feito um grande esforço para dissuadir os países de comprarem equipamentos militares russos, entretanto, tal pode ser "uma espada de dois gumes".
Sputnik

Isso porque essas medidas podem afastar os clientes dos EUA, fazendo com que procurem os fabricantes de armas russos, chineses ou europeus, segundo o analista militar Omar Lamrani.

Em um artigo publicado pela Stratfor, Lamrani afirma que as tentativas de utilizar sanções para aumentar as exportações de equipamentos militares dos EUA fazem parte de uma "abordagem de soma-zero" contra as potências rivais, além de ser de uma abordagem militar complexa e centrada na política externa dos EUA, que contribuiu para o aumento das vendas de armas.

Intimidação dos EUA contra armas russas poderia causar colapso no mercado norte-americano

Contudo, a Rússia, sendo o segundo maior exportador de armas do mundo, segue realizando seus acordos multimilionários, tanto com adversários dos EUA, quanto com nações neutras e até com aliados norte-americanos, como a Turquia.

"Apesar de os EUA não terem desenvolvido a lei CAATSA com o objetivo expresso de promover os equipamentos norte-americanos em detrimentos dos russos, ela surgiu como um instrumento-chave para a administração Trump", afirmou o analista.

A Lei de Combate aos Adversários da América por meio de Sanções, CAATSA, foi assinada em 2017 e aplicada em setembro de 2018 contra a China, quando Pequim decidiu obter os sistemas russos S-400, além de ser utilizada contra a Índia, Indonésia, Egito e Turquia.

Intimidação dos EUA contra armas russas poderia causar colapso no mercado norte-americano

Na última semana, os norte-americanos concordaram em sancionar a Turquia pelo acordo de bilhões de dólares envolvendo a compra dos S-400 da Rússia, além de já terem expulsado os turcos do programa F-35 dos EUA.

"Embora a adoção da abordagem de soma-zero possa ajudar os EUA a impedir que outros países comprem os equipamentos russos, isso também pode vir a ter um efeito ao contrário e fazer com que esses países caiam nos braços de Moscou", concluiu o analista.

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