Os dois estiveram juntos neste domingo (15) na inauguração do escritório comercial brasileiro em Jerusalém, que será administrado pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), órgão vinculado ao Ministério das Relações Exteriores.
Eduardo e Netanyahu se encontraram antes da cerimônia de abertura do escritório, segundo comunicado publicado pelo gabinete do chefe de governo de Israel.
"A abertura do escritória da Apex aqui em Jerusalém é parte de algo que concordamos no estreitamento das relações entre Israel e Brasil. E o que acontece aqui hoje é parte do compromisso do presidente [Jair] Bolsonaro em abrir uma embaixada em Jerusalém no ano que vem", disse Netanyahu durante o evento.
Eduardo colocou Netanyahu para falar com seu pai no Brasil
De acordo com o gabinete do Netanyahu, Eduardo confirmou a intenção, afirmando que o Brasil permanece comprometido com a transferência. Ele inclusive emprestou a Netanyahu o seu telefone para que o israelense conversasse diretamente com o presidente brasileiro durante a cerimônia.
"Estive com o presidente Jair Bolsonaro antes de vir aqui. Ele vai mover a embaixada para Jerusalém. Ele irá fazer isso. Ele quer fazer a transferência para Jerusalém, não apenas para o Brasil, mas para ser um exemplo para o resto da América Latina", discursou Eduardo.
Segundo a Apex, o escritório terá três funcionários e será comandado pela analista de comércio internacional Camila Torres Meyer, que está há 12 anos na agência. Os outros dois serão contratados em Israel.
Promessa e recuo
A mudança da embaixada foi uma promessa de campanha do pai de Eduardo. Apesar de Jerusalém ser a capital de Israel, a maioria dos países mantém embaixadas em Tel Aviv por questões diplomáticas, pois a Cidade Santa tem partes de seu território reivindicados tanto por Israel como por palestinos como sua capital.
Por isso, a questão é vista como um assunto que deve ser resolvido por meio de um processo de paz entre os envolvidos na disputa.
Em 2018, os Estados Unidos transferiram sua embaixada para Jerusalém, gesto criticado por vários entidades internacionais. Bolsonaro, que é grande aliado do governo Donald Trump, pretende repetir a iniciativa, que é cobrada por setores evangélicos que o apoiam.
Após tomar posse, no entanto, Bolsonaro aparentemente desistiu ou adiou os planos de transferir a embaixada, principalmente pela repercussão que o gesto teria com países árabes que são grandes importadores de carne brasileira. Ao invés da transferência, o governo decidiu abrir o escritório comercial.