Após vitória 'sísmica', Johnson quer Brexit completo até dezembro de 2020

O governo do Reino Unido garantirá legalmente a marcha final da União Europeia (UE) após a vitória eleitoral "sísmica" dos conservadores em 12 de dezembro, conforme proclamado pelo primeiro-ministro Boris Johnson na primeira reunião de seu novo gabinete.
Sputnik
"Foi uma escolha sísmica, mas devemos reconhecer que as pessoas nos deram seu voto e precisamos recompensar sua confiança e trabalhar 24 horas por dia", declarou ele à equipe do governo.

O governo retomará o processamento da lei do Brexit, que traduz no cânone inglês da retirada do país da EU, conforme anteriormente acordado com Bruxelas.

Todos os candidatos conservadores juraram seu apoio à proposta legislativa de Johnson e a vitória de 365 dos 650 assentos em Westminster garante a ratificação antes de 31 de janeiro, quando expira a última extensão do Brexit.

O texto será alterado para garantir ainda mais a retirada permanente do bloco comunitário após um ano de transição, ou seja, em dezembro de 2020.

A maioria dos especialistas acredita que é um período muito limitado para fechar o acordo sobre o futuro relacionamento entre Londres e Bruxelas, reabrindo o fantasma de um "não acordo" (sem um acordo bilateral).

"As datas de vencimento concentram as mentes", avaliou Michael Gove, ministro responsável até agora pelos preparativos para um Brexit abrupto.
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Gove era ambivalente quanto à possibilidade de romper com a UE durante a segunda fase das negociações e ir para a órbita dos regulamentos da Organização Mundial do Comércio (OMC).

"É uma maneira de garantir que honremos o resultado [das leis]", comentou ele à BBC sobre a emenda legislativa.

Johnson aparecerá mais tarde na Câmara dos Comuns na sessão inaugural da legislatura, na qual os conservadores têm uma maioria de 80 deputados.

O banco oposto continuará ocupado pelo líder trabalhista Jeremy Corbyn, que se recusa a jogar a toalha até a eleição de seu sucessor no mês de março.

Corbyn pediu um "momento de reflexão" sobre as causas da pior derrota em sete décadas, o que deixou o Partido Trabalhista com 203 deputados na Câmara dos Comuns, 59 a menos do que nas eleições anteriores de 2017.

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