Câmara dos Representantes dos EUA aprova impeachment de Donald Trump

Nesta quarta-feira (18), a Câmara dos Estados Unidos aprovou o afastamento de Donald Trump por abuso de poder e obstrução do Congresso em duas votações diferentes. O impeachment agora vai para o Senado, que decidirá se Trump será ou não afastado do cargo.
Sputnik

A aprovação final do impeachment de Donald Trump depende do Senado norte-americano, que tem maioria do partido de Trump, o partido Republicano. Nos EUA, diferente do Brasil, o presidente não é afastado imediatamente após a votação na Câmara.

O primeiro artigo do impeachment, sobre abuso de poder, foi aprovado por 230 votos a favor e 197 contra. Já o segundo artigo, que acusa Trump de obstrução do Congresso, foi aprovado por 229 votos a favor e 198 contra. O julgamento no Senado deve ter início em janeiro.

A aprovação do impeachment de Trump na Câmara torna ele o 3º presidente da história dos EUA a sofrer impedimento, apesar de que nunca houve aprovação final no Senado. Os outros dois presidentes a sofrerem processo de impeachment nos EUA fora Andrew Johnson, em 1868, e Bill Clinton, em 1998.

A votação realizada nesta quarta-feira aconteceu após seis horas de debates e declarações, o que deve se repetir também durante o processo no Senado.

As acusações contra Donald Trump

A aprovação do impeachment de Trump na Câmara vem após meses de audiências e tensões políticas deflagradas por uma denúncia anônima partindo de um indivíduo da Casa Branca com supostas conexões com a CIA.

A denúncia de abuso de poder aponta que o presidente dos EUA, Donald Trump, teria pressionado o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, em uma conversa por telefone no dia 25 de julho deste ano. Trump queria que a liderança ucraniana abrisse uma investigação contra o ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, e seu filho Hunter Biden.

Câmara dos Representantes dos EUA aprova impeachment de Donald Trump

Joe Biden, que hoje é um dos principais nomes do partido Democrata para concorrer contra Trump no ano que vem, teria, em 2016, pressionado o procurador-geral de Kiev, Viktor Shokin, quando este investigava a empresa de gás Burisma Holdings, em que Hunter Biden era conselheiro. O objetivo de Trump seria reabrir tal investigação exercendo pressão sobre o atual presidente ucraniano, o que foi interpretado pela Câmara dos EUA como abuso de poder.

Uma segunda acusação também afirma que Trump teria agido para frustrar a investigação do processo de impeachment, em andamento desde 24 de setembro, configurando obstrução do Congresso. A Casa Branca instruiu as agências do Executivo a não cooperar com intimações para depoimentos ou documentos relacionados ao inquérito. O governo acusa o processo de ter fins políticos e já o classificou como "teatro dos democratas", "golpe" e "caça às bruxas".

Desde a abertura do processo, audiências privadas e públicas de dezenas de testemunhos e exames de milhares de documentos são realizadas por comitês da Câmara dos EUA. 

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