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Relatório que fez Brasil acusar navio grego por derramamento confundiu óleo com clorofila

Passados mais de 100 dias sem saber a origem do óleo que atinge a costa brasileira, uma nova informação mostra que a acusação feita pela Polícia Federal (PF) contra um navio grego, tido como suposto culpado pelo derramamento, foi baseada na confusão de óleo com clorofila.
Sputnik

Deflagrada em novembro, a Operação Mácula da PF baseou-se em um relatório da empresa HEX Tecnologia para acusar o petroleiro Bouboulina, de propriedade da Delta Tankers Ltd, mas o documento já havia sido antes rejeitado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).

Segundo informações publicadas pelo G1 nesta quarta-feira, técnicos do Ibama notaram inconsistências no relatório para vetá-lo. Entre os problemas apontados estariam o aspecto da mancha, a falta de dados e a composição colorida para montar a imagem.

Os detalhes foram prestados pelo coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informações Ambientais (Cenima), Pedro Bignelli. No órgão, ligado ao Ibama, ele teve de fazer o caminho inverso tão logo a PF deflagrou a operação, com base no relatório suspeito.

"Após a operação eu tive acesso ao relatório completo e fiz o caminho inverso: fui buscar as imagens que eles haviam usado e comprovei que meu veredito estava certo. Não era óleo, era clorofila", explicou ele ao G1.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) trabalha com a hipótese de que o óleo que causou o maior desastre da história no litoral brasileiro possa ter origem na África, mas os estudos estão em andamento e ainda não há um prazo para conclusão.

Conforme os mais recentes dados do Ibama, ao menos 966 pontos em estados do Nordeste e do Sudeste registraram pontos atingidos por óleo.

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