Após trocas de farpas, Japão acena com relações saudáveis se Coreia do Sul 'cumprir promessas'

O Japão e a Coreia do Sul poderiam voltar às relações normais se Seul mantiver sua palavra, disse um porta-voz do governo japonês, em meio a uma amarga disputa diplomática e comercial entre os dois países.
Sputnik

As relações entre os Estados vizinhos permanecem em uma "situação grave em várias áreas", admitiu o secretário-chefe do Gabinete do Japão, Yoshihide Suga, em entrevista coletiva na quarta-feira.

Ele descreveu a Coreia do Sul como um parceiro importante, e acrescentou que ainda há uma chance de os laços entre as duas nações melhorarem - mas apenas se Seul cumprir suas promessas.

Suga não especificou quais compromissos teriam que ser mantidos. No entanto, sua observação antecipa uma cúpula trilateral entre o Japão, a Coreia do Sul e a China na próxima semana, na qual o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe deve se encontrar com o presidente sul-coreano Moon Jae-in.

As relações entre Tóquio e Seul foram prejudicadas neste fim de ano, quando o Japão retirou a Coreia do Sul de sua lista de parceiros comerciais mais confiáveis, citando regras comerciais supostamente frouxas que permitiam que alguns produtos japoneses terminassem nas mãos da Coreia do Norte.

Após trocas de farpas, Japão acena com relações saudáveis se Coreia do Sul 'cumprir promessas'

Seul negou as acusações e suspeitou que a mudança de Tóquio foi de fato desencadeada por uma decisão do tribunal sul-coreano permitindo que os locais exigissem indenizações das empresas japonesas por trabalho forçado durante sua ocupação na Segunda Guerra Mundial.

A Coreia do Sul rebaixou o status comercial do Japão em resposta e quase cancelou um acordo bilateral de compartilhamento de informações, mas acabou desistindo de tomar essa medida. No entanto, as duas nações ficaram presas a uma espécie de mini-guerra comercial, apesar de prometerem continuar o diálogo.

Enquanto isso, uma pesquisa realizada entre 2018 e outubro de 2019 mostrou que, no caso de um conflito entre a Coreia do Norte e o Japão, a maioria dos sul-coreanos preferia ficar do lado de seu vizinho inimigo do norte do que do seu "parceiro" do outro lado do estreito.

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