Há 10 dias, também em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada, depois de consultar um dermatologista no Hospital da Força Aérea em Brasília, Bolsonaro disse que possivelmente estava sofrendo de câncer de pele.
No sábado, em notas publicadas pelos jornais Folha de S.Paulo, Estado de São Paulo e O Globo, afirmou que uma biópsia realizada em uma ferida no ouvido havia descartado uma doença.
"Foi feita uma biópsia e ela não jogou nada fora. Se fosse câncer, qual seria o problema? Eu falaria [...] não estou preocupado com isso. Estava sempre relaxado com minha saúde", disse ele.
A declaração de Bolsonaro sobre um possível câncer foi inicialmente negada pela Presidência, apesar de ter sido entregue pelo próprio presidente. Planalto disse que as feridas seriam submetidas a uma biópsia.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro afirmou no sábado que era errado ele dizer a um jornalista um dia antes que ele tinha "o rosto de um homossexual".
"Eu estava errado. Não deveria ter dito isso", disse o líder de direita do país a repórteres na residência presidencial em Brasília, segundo o site de notícias G1.
O comentário original do presidente notoriamente franco veio em resposta à pergunta de um repórter sobre uma investigação sobre seu filho mais velho, o senador Flavio Bolsonaro, por suposta lavagem de dinheiro quando ele era deputado regional.
Pressionado pelo repórter, Bolsonaro visivelmente perturbado respondeu: "Você tem a cara de um homossexual, mas isso não significa que vou acusá-lo de ser um homossexual". Seus comentários, apesar de bem-vindos por alguns apoiadores de Bolsonaro, provocaram uma forte reação de grupos da mídia.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI) acusou Bolsonaro, um crítico frequente da imprensa, de "promover o assédio moral de jornalistas [cujo trabalho] é fundamental para a democracia".
Em um editorial de sábado, o jornal O Estado de S.Paulo, um dos maiores jornais do país, disse que Bolsonaro não tinha "o decoro necessário para o trabalho". Ele disse que seu comportamento "envergonha os cidadãos e compromete a reputação do país".
Bolsonaro, que está chegando ao fim de seu primeiro ano no cargo, declarou à revista Playboy em 2011 que "não seria capaz de amar um filho gay [...] eu prefiro que um filho morra em um acidente".
Na sexta-feira, Bolsonaro atacou os promotores do Rio de Janeiro por supostamente vazar informações sobre o inquérito sobre seu filho.
"A investigação começou no ano passado e eles ainda não encontraram nada", disse o presidente.
Dois dias antes, a polícia invadiu várias propriedades de propriedade do jovem Bolsonaro, de seus ex-assessores ou da ex-mulher do presidente Bolsonaro.
Flavio Bolsonaro - que negou repetidamente irregularidades - é suspeito de ter empregado funcionários fantasmas cujos salários foram usados para comprar um apartamento e uma loja de chocolates.