O diretor executivo da empresa fornecedora, Arthur Morgan, de 67 anos, afirmou falsamente que os coletes balísticos, capacetes e equipamentos antimotim fornecidos por sua empresa eram fabricados em Hong Kong e nos EUA.
De acordo com a lei, os produtos devem ser fabricados nos países de uma lista especial, que não inclui a China continental. Nesse caso, ele teria de revelar especificamente essa informação, contudo isso não foi feito.
A empresa de Morgan se tornou um fornecedor autorizado de equipamentos militares em 2003. Em 2014, a lista de preços da empresa indicava que os coletes balísticos e capacetes eram fabricados em Hong Kong.
Em 2017, Morgan declarou que os capacetes, os trajes antimotim e os escudos haviam sido produzidos na Virgínia, EUA. Contudo, uma inspeção fiscal revelou que no lugar da suposta fábrica não havia nada.
"Não havia nenhuma instalação de fabricação na direção do que parecia, desde o ponto de minha observação, ser um campo e/ou área arborizada com diversos veículos", ressalta a declaração fiscal.
Além disso, as fotos do capacete apresentadas haviam sido alteradas, já que uma imagem inversa demonstrou que o capacete original estava no Alibaba.com, um site de comércio eletrônico chinês, o que indica que o item foi produzido por uma empresa chinesa, enquanto que outra foto detectou que o mesmo ocorria com um colete balístico.
Os fiscais descobriram que a empresa de Morgan recebeu 14 envios de coletes ou capacetes entre 2015 e 2017 da mesma empresa chinesa que publicou as fotos no Alibaba.com.
Entre 2015 e 2019, equipamentos militares fornecidos pela empresa de Morgan haviam sido encomendados por cinco agências federais, por um valor de US$ 640 mil (R$ 2,6 milhões).
Dessa forma, Morgan poderia ser sentenciado a uma sentença que pode chegar a 20 anos de prisão.