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Buscamos de forma 'holística' inserir brasileiro no mercado de trabalho, diz Rogério Marinho

O secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, disse que a CLT não "inclui" o brasileiro e que governo busca de "forma holística" maneiras de "inserir" as pessoas no mercado, "não necessariamente formalizadas".
Sputnik

"A CLT não inclui o brasileiro. Só tem 40 milhões de pessoas com carteira assinada e o mercado está mudando. Então nós estamos buscando de uma forma holística, mais completa, para permitir que as pessoas possam se inserir no mercado de trabalho não necessariamente formalizadas", disse Marinho em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico. 

Marinho afirmou ainda que o grande número de trabalhadores no mercado informal, "mais de 30 milhões de brasileiros" vai impactar o futuro da Previdência, e isso precisa ser discutido no futuro. 

"É claro que nós gostaríamos que todos fossem formalizados. Mas entendemos que essa não é realidade. Há o MEI [Microempreendedor Individual], os profissionais autônomos, os liberais, os microempresários, os trabalhadores intermitentes e por jornada parcial, agora o trabalhador da Carteira Verde Amarela, o servidor público e o trabalhador informal. Estou falando de mais de 30 milhões de brasileiros que trabalham sem vínculo formal e que, de uma forma ou de outra, no futuro, vão pressionar nosso sistema previdenciário e assistencial. Que é outra discussão que precisa acontecer. Como a gente vai financiar esse sistema daqui 20 ou 30 anos", opinou. 

'Em 2022 a gente deve recuar para menos de um dígito'

O secretário disse também que a o desemprego tem razões estruturais e só deverá cair para menos de 10% no final do mandato do presidente Jair Bolsonaro, em 2022. 

"A questão do desemprego no Brasil hoje tem muito mais a ver com uma questão estrutural. Não é uma questão simplesmente de oferta e de procura. Há uma mudança no perfil do mercado de trabalho. É por isso que a queda dos índices tem sido tão gradual. Nós imaginamos que em 2022 a gente deve recuar para menos de um dígito. Mas nada de espetacular. Alto", previu. 

Marinho afirmou que o índice poderá chegar a 9,5%, mas o ritmo dependerá do crescimento econômico, podendo ser maior ou menor dependendo da taxa de crescimento do país. 

"Vai depender muito do crescimento econômico. Se a gente tiver mesmo 2,5% a 3% nos próximos três anos, essa mudança pode ser mais intensa. Porque os empregos que serão gerados serão sobretudo na área da construção civil, na área têxtil, segmentos que empregam de forma mais intensiva", ponderou. 

O secretário, no entanto, avaliou que o crescimento informal da economia será "vigoroso". 

"Uma coisa é o emprego formal, e outra coisa é a ocupação de pessoas. Esse sim, eu acho que vai ser bastante vigoroso nos próximos anos", disse.

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