Argentina quer aumentar presença nas Malvinas e 'lutar' pelos recursos no arquipélago

Após declarações sobre soberania das Malvinas feitas por Alberto Fernández durante as eleições, encarregado argentino para assuntos do arquipélago reacende debate sobre soberania.
Sputnik

Depois de quase 40 anos desde o fim da Guerra das Malvinas, a questão da soberania do arquipélago volta ao debate político, tanto dentro quanto fora da Argentina. Ainda durante o período eleitoral, Alberto Fernández disse que "fará com que as coisas sejam diferentes", ao comentar a questão.

Conforme publicou o portal Express, o secretário da Argentina para as Malvinas, Antártica e Atlântico Sul, Daniel Filmus, disse que a "reivindicação pela soberania decresceu consideravelmente" durante uma conferência na sede da Federação dos Docentes das Universidades (FEDUN, na sigla em espanhol) da Argentina.

Além disso, conforme publicado no próprio site da FEDUN, Filmus disse que a "Argentina tem que ter uma presença muito ativa para reclamar o início das negociações" com o Reino Unido e o diálogo multilateral.

Interesses econômicos

Ao continuar sua fala na conferência, Filmus ressaltou os interesses econômicos de seu país no arquipélago ao criticar a suposta ausência de "luta" por parte do governo anterior em relação à questão.

"A luta para defender os recursos naturais tais como hidrocarbonetos, áreas de pesca, biodiversidade e minerais foi deixada de lado", afirmou Filmus.

Acordo quase fechado

Embora a questão já tenha causado a morte de militares dos dois lados e tensões subsequentes, em 1974 ambos os países já estiveram muito perto de fechar um acordo que solucionaria as divergências.

Ainda em 2012, o jornalista Barney Henderson, do Telegraph, havia escrito na mídia que o "acordo foi aceito pelo presidente Juan Domingo Perón com 'euforia', mas nunca foi concluído visto que ele morreu três semanas depois da oferta ser feita".

Tal oferta, feita pelo governo britânico, trazia consigo um projeto para o território, no qual a "bandeira britânica e argentina estariam lado a lado e as línguas oficiais seriam o inglês e o espanhol. Todos os 'pertencentes' às ilhas teriam nacionalidade dupla", conforme dizia o documento, segundo o Express.

Além disso, o documento propunha que a população local fosse consultada antes, enquanto a mesma teria alguma espécie de representação popular.

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