Marinha dos EUA quer criar navios com inteligência artificial que possam 'falar' como humanos

Estando preocupada com o surgimento de embarcações não tripuladas que podem causar colisões com navios tripulados, a Marinha dos EUA quer desenvolver tecnologia que permita a navios robôs falar como humanos.
Sputnik

O objetivo da Marinha é fazer com que as tripulações nas pontes de comando dos navios falem com as embarcações não tripuladas usando linguagem normal via rádio VHF em frequências marítimas, meio que serve para uma variedade de propósitos, incluindo pedidos de socorro, destacamento de serviços de resgate, comunicação com portos e outras embarcações, escreve The National Interest.

"A Convenção sobre o Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar (COLREGS, na sigla em inglês) fornece instruções claras quando ocorre um encontro entre dois navios, no entanto não há orientações específicas sobre o que deve ser feito quando três ou mais navios se aproximam uns dos outros aproximadamente ao mesmo tempo", lê-se na solicitação de pesquisa da Marinha.

Nestas ocasiões as tripulações comunicam por rádio VHF entre pontes de comando usando os canais marítimos. As atuais embarcações não tripuladas têm ferramentas de aplicação do COLREGS, porém não podem incorporar informações das conversas via VHF entre navios, nem conseguem responder a propostas de manobras simples.

No entanto, já existe tecnologia que converte voz em texto e vice-versa, enquanto os navios não tripulados têm o COLREGS programado na sua inteligência artificial para que eles possam cumprir as regras de navegação marítima. Por isso a Marinha dos EUA pretende usar tudo isso para criar marinheiros virtuais que possam comunicar como humanos.

"A Marinha busca uma solução integrada que permita embarcações não tripuladas a agirem como se fossem marinheiros humanos", nomeadamente os navios robôs devem poder compreender transmissões de rádio entre pontes de comando, incorporar o seu significado no seu modelo do mundo, desenvolver planos de manobra adequados e responder por voz usando os canais de comunicação VHF.

Aquilo que torna tudo isso interessante não é só a noção de que as embarcações robotizadas possam "falar" como humanos, na verdade muitos humanos não confiam em robôs inteligentes. Mas sim o fato que um navio autônomo possa "falar" como um humano, ou pelo menos como se fosse uma pessoa, deixaria os marinheiros em carne e osso mais calmos quando se encontrassem no mar com navios-robô.

Comentar