O que é o 'botão nuclear' e quem o aperta?

O veterano das Tropas Estratégicas de Mísseis da Rússia Yuri Chmutin contou como funciona "o botão nuclear" e se um míssil pode ser lançado acidentalmente.
Sputnik

Ex-militar Yuri Chmutin disse em entrevista ao jornal russo Moskovsky Komsomolets que todos os países membros do clube nuclear têm um extremamente alto nível de segurança, o que elimina os riscos de ações não autorizadas com armas nucleares.

O militar também excluiu a possibilidade de um lançamento acidental em resultado de um desastre natural, assim como de um ataque de hackers.

"Ninguém não autorizado tem acesso e não conseguirá obter o código-chave [...] Nós, os operadores de mísseis, chamamos a ordem de 'código-chave'. Isso é um sistema de códigos muito complexo", explicou o militar.

Chmutin disse que a decisão de lançamento é tomada pelo presidente. Ele dá a ordem ao comandante em chefe das Forças Estratégicas de Mísseis e este depois a transmite, através do sistema automatizado de comando de combate, para seus subordinados.

Ele destacou a importância da rapidez: "Quanto mais se reduzirem os parâmetros de tempo, mais eficazes serão as armas."

O militar também excluiu a possibilidade de o lançamento ser efetuado apenas por um militar que esteja de serviço: "O sistema de comando pressupõe uma execução precisa, rigorosa e centralizada das ordens e comandos em sucessão. Quer dizer, se uma fase não for cumprida, não se pode passar para outra."

Ele também sublinhou que o sistema de controle das armas nucleares é o mesmo em todos os vetores, sejam eles sistemas de mísseis em silos ou bombardeiros estratégicos.

Chmutin adicionou que os testes de lançamento também não podem se tornar uma causa de guerra atômica, já que todos os países nucleares avisam os outros sobre seus exercícios.

O especialista também ressaltou que no próximo ano, quando o tratado de redução de armas nucleares Novo START expirar, as armas nucleares vão ficar sem nenhum documento jurídico vinculativo, o que vai aumentar o risco de uso delas.

"Uma guerra nuclear não pode começar por acaso, devido a um erro. O fator de casualidade aqui está completamente ausente. O principal é os políticos que têm acesso ao 'botão' [nuclear] nunca se esqueçam sobre a sua imensa responsabilidade pessoal", concluiu o militar.

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