Crise entre EUA e Irã não deve impactar preço dos combustíveis no Brasil, diz especialista

O presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer na sexta-feira (3) que o ataque dos Estados Unidos contra o general iraniano Qassem Soleimani deveria impactar o preço dos combustíveis no Brasil.
Sputnik

Soleimani foi assassinado por uma ação norte-americana ordenada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. A morte do general iraniano fez crescer as tensões entre os Estados Unidos e o Irã.

Nesta segunda-feira (6), os contratos futuros do petróleo fecharam em alta, com o preço do barril chegando a tocar US$ 70 o barril.

Em entrevista à Sputnik Brasil, Edmar de Almeida, economista especializado em óleo e gás, professor do Instituto de Economia da UFRJ, disse que dificilmente o preço dos combustíveis no Brasil vai aumentar por conta da tensão.

"Apesar de ter essa escalada da tensão no Oriente Médio, isso teve um impacto relativamente modesto no preço do mercado de petróleo porque os agentes sabem que nós estamos vivendo ainda um momento de grande produção de petróleo fora da OPEP e ainda existe espaço para você normalizar a oferta do petróleo caso a situação no Irã se complique ainda mais", disse.

Segundo Edmar de Almeida, não há uma ruptura no mercado de petróleo.

"Nós estamos com os preços em patamar que pode ser considerado normal. Nós não estamos vivendo uma ruptura no preço do mercado de petróleo. O preço no Brasil depende do preço internacional do barril e o preço do dólar. O dólar, por exemplo, já esteve a R$ 4,20. O barril de petróleo já chegou a mais de US$ 70 algumas vezes. Nós não estamos vivendo um momento especial com relação aos preços, por isso não há nenhuma necessidade de mudar a política de preços atual", explicou.

Edmar de Almeida defende que caso a escalada de tensões seja ainda maior e venha a, de fato, impactar o preço dos combustíveis no Brasil, o governo deve mexer na tributação destes combustíveis.

"Para você diminuir a volatilidade e combater a carestia é você rever a metodologia tributária do setor de combustíveis do Brasil", completou.

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