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Acusado de atacar Porta dos Fundos celebra decisão que tira filme do grupo do ar

O brasileiro Eduardo Fauzi, acusado de participar do ataque à produtora Porta dos Fundos, comemorou em Moscou a decisão da Justiça do Rio de Janeiro de proibir a exibição do especial de Natal feito pelo grupo. 
Sputnik

"Essa vitória é uma vitória de todo povo brasileiro. Eu fico chateado quando vejo padres e pastores dizendo: 'Eu queria ver se fosse com Maomé, se fosse no Oriente Médio". O Brasil tem homem, o Brasil tem macho para defender a igreja de Cristo e a pátria brasileira", diz o economista e empresário em vídeo publicado nas redes sociais.

Ao final da gravação, feita durante à noite e no meio da rua, Fauzi faz a saudação "Anauê", usada pelos integralistas.

"A luta continua, mas a vitória é nossa. Muito feliz, muito feliz. Anauê", afirma. 

Na quarta-feira (8), o desembargador Benedicto Abicair, da 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), determinou que o "Especial de Natal Porta dos Fundos: A Primeira Tentação de Cristo", fosse retirado do ar. O filme está na lista da Netflix. 

Fauzi teve prisão decretada pela Justiça

Nesse mesmo dia, o economista, que teve a prisão decretada pelo Justiça brasileira e fugiu para Moscou, entrou na lista vermelha da Interpol. A informação foi dada pelo diretor-executivo da Polícia Federal, Disney Rosseti. Segundo ele, as autoridades brasileiras aguardam resposta da Rússia. O Itamaraty entrou em contato com Moscou para iniciar trâmites de extradição.

A defesa do economista entrou com pedido de habeas corpus para suspender o pedido de prisão provisória contra ele. Em entrevista concedida ao repórter Lauro Neto, no Projeto Colabora, ele revelou que pediria asilo na Rússia. "Eu sou o candidato típico. Mas a decisão é política. Se não houver interesse político eles não me asilam", disse.

Nas imagens de segurança do ataque à produtora, Fauzi foi identificado como um dos indivíduos que jogam um coquetel molotov na entrada do prédio, no Rio de Janeiro. 

O pedido para que o filme fosse retirado do ar foi feito pela Associação Centro Dom Bosco de Fé e Cultura. No vídeo, ele parabeniza "todo mundo que rezou, que militou, que batalhou". 

Inicialmente, a solicitação havia sido negada pela juíza Adriana Sucena Monteiro Jara Moura. Mas a entidade recorreu e o processo foi parar nãos mãos de Abicair. 

'Acalmar os ânimos'

Em sua decisão, ele justifica a suspensão da exibição do filme para "acalmar os ânimos" da sociedade, embora ainda não fosse possível, segundo ele, decidir se houve incitação ao ódio público por parte da produtora. 

"Por todo o exposto, se me aparenta, portanto, mais adequado e benéfico, não só para a comunidade cristã, mas para a sociedade brasileira, majoritariamente cristã, até que se julgue o mérito do Agravo, recorrer-se à cautela, para acalmar ânimos, pelo que concedo a liminar na forma requerida", diz. 

O desembargador também determinou a retirada do ar de trailers, making of, propagandas e "qualquer alusão publicitária ao filme" na Netflix e em qualquer outro meio de divulgação.

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