EUA 'deixam de ser relevantes' na política externa no Oriente Médio, diz dirigente chileno

Ao assassinarem o general iraniano Qassem Soleimani, os EUA deixaram de ser relevantes em termos de política exterior no Oriente Médio e se tornaram um país belicista, afirmou o ex-candidato presidencial pelo Partido Progressista no Chile, Marco Enríquez-Ominami.
Sputnik

"Acredito que os EUA cometeram um ato fora do direito internacional, porém, o mais grave é que vão deixar de ser relevantes na política exterior no Oriente Médio. Quando você deixa de ser árbitro, interlocutor, dialogador mundial e se torna chefe de guerra, um belicista, ao matar um general fora de seu território, perde relevância internacional", afirmou à Sputnik Mundo.

Antes do assassinato do general iraniano e com o acordo nuclear, os EUA estavam em uma situação de "ambiguidade", já que durante a presidência de Barack Obama o país havia apoiado o acordo nuclear.

"Na época, os EUA surgiram como uma garantia de alguns valores universais; já com Trump, o país tenta mostrar que não há nenhuma vontade de ser garante do diálogo com o Irã [...] Daqui para a frente, o Irã buscará outros aliados e a Rússia terá um papel mais importante, como aconteceu na Síria, onde Vladimir Putin teve um importante papel como mediador", adicionou.

O dirigente chileno também observou que o conflito no Oriente Médio terá consequências a nível internacional, inclusive na América Latina, onde o preço dos combustíveis aumentará.

"Além disso, os EUA se preocuparão menos com a América Latina, sua prioridade estará em outra região e isso desafiará os líderes latino-americanos a buscar alguma relevância", ressaltou.

EUA 'deixam de ser relevantes' na política externa no Oriente Médio, diz dirigente chileno

De acordo com o dirigente, o ato do presidente norte-americano Donald Trump "atingiu o orgulho iraniano", e por isso, o conflito terá alcance internacional e seguirá elevando o grau de violência.

Na madrugada de quarta-feira (8), o Irã anunciou o início de um ataque com mísseis contra duas bases no Iraque que abrigam soldados norte-americanos, para vingar o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani.

Comentar