O resultado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, foi divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É a primeira vez que a taxa fica acima do centro da meta desde 2016, quando a inflação foi de 6,29%.
Em 2018, o índice foi de 3,75%, ou seja, houve um aumento de 0,56 em 2019. A carne teve alta de 32,4% no ano passado, enquanto o feijão subiu 55,99%, contribuindo para o acréscimo da inflação.
No final do ano, os preços da carne explodiram em função da forte demanda externa da China e a desvalorização do real, fazendo muitos brasileiros mudarem o cardápio. Somente em dezembro, o alimento subiu 18,06%.
Maior inflação em dezembro desde 2002
A inflação do mês foi de 1,15%, após fechar novembro em 0,51%. É o maior resultado para dezembro desde 2002, quando o IPCA registrou 2,1%. Em 2018, o índice nesse mês foi de 0,15%.
Mas não foi apenas os alimentos que subiram, todas as categorias de gastos ficaram mais caras no ano passado, com exceção de artigos de residência, como itens de decoração.
Os jogos de azar, por exemplo, tiveram alta de 40,35%, enquanto os planos de saúde cresceram 8,24%, em função de reajuste autorizado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
Além disso, habitação aumentou 6,37%, transporte 3,57% e educação 4,75%. Os alimentos tiveram alta de 6,37%.
Para 2020, economistas de instituições financeiras projetam um IPCA de 3,60%, segundo a pesquisa Focus, do Banco Central. Nesse ano, o centro da meta será de 4%, índice 0,25 menor do que em 2019. A previsão é de que a carne não impacte tanto na inflação, mas os preços do produto não devem baixar muito.