O processo contra o general aposentado Nicacio de Jesus Martínez, que deixou o posto de comandante do Exército no final de dezembro, começou depois que a revista Semana denunciou uma série de interceptações ilegais para espionar políticos, magistrados, generais e jornalistas. O esquema seria operado por militares e antecipou a saída de Martínez do cargo, afirma a publicação.
"O Ministério Público hoje inicia investigações sobre esses eventos", disse o procurador-geral, Fabio Espitia, segundo a agência de notícias Reuters.
Interceptações ilegais têm ocorrido na Colômbia nos últimos anos, mas as investigações para tentar identificar e punir os responsáveis não prosperaram. Delegados do governo na negociação de paz com a ex-guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) relataram ter sido espionados.
Após o anúncio da investigação contra ele, o oficial militar aposentado negou em um comunicado sua responsabilidade por atividades ilegais e anunciou ações legais contra aqueles que o acusam.
"Estou totalmente alheio a esse tipo de ações ilegais e prejudiciais", disse Martínez.
O governo do presidente Iván Duque afirmou que o ex-comandante deixou a direção do Exército por motivos pessoais.
Martínez assumiu a posição de comandante do Exército em dezembro de 2018 e seu mandato de um ano foi marcado por escândalos e acusações, incluindo uma diretriz controversa que exigia que comandantes de unidades militares aumentassem seus resultados.