Não é segredo que a Rússia tem investido grandes recursos na sua frota naval nas últimas décadas. Tal esforço tem produzido resultados, desde a construção de fragatas a navios de patrulha que, não obstante o tamanho, se destacam pelo seu poder de fogo e modernos sistemas eletrônicos.
'Computador flutuante'
Em julho de 2018, a Frota do Norte da Marinha russa recebeu a primeira fragata do projeto 22350, a Admiral Gorshkov. O segundo representante desta classe está sendo submetido a testes e deverá ser entregue à Marinha russa até o final do ano.
Tais fragatas possuem um deslocamento de 5,4 mil toneladas e são consideradas as embarcações mais avançadas da Marinha russa.
Todos os equipamentos mais modernos, desde dispositivos radioeletrônicos até sistemas antiaéreos e peças de artilharia, já foram testados no primeiro navio desta classe.
Seu poder de fogo está nos 16 tubos de lançamento vertical de mísseis, complexo antiaéreo Poliment-Redut, desenvolvido especialmente para os novos navios de guerra russos, e a peça de artilharia antiaérea ZRK Palash, projetada para abater alvos próximos.
No vídeo abaixo é possível ver o Admiral Gorshkov atracando em um porto chinês em abril de 2019 para a cerimônia dos 70 anos da fundação da Marinha do Exército Popular de Libertação da China.
O navio está ainda equipado com um canhão A-192 de 130 mm, capaz de realizar 30 disparos por minuto e atingir alvos até 23 km.
Para a guerra antissubmarina, os navios do projeto 22350 possuem quatro tubos de torpedo Paket-NK.
Todo o controle do navio é feito com sistemas digitais. Desta maneira, as fragatas do projeto 22350 são verdadeiros "computadores flutuantes", capazes de realizar diversas missões com a menor interferência humana possível.
Seu sistema de controle conecta todos os equipamentos com um centro de gerenciamento único.
Os navios podem alcançar 30 nós (cerca de 55,5 km/h) e têm autonomia de navegação de aproximadamente um mês. Apesar de serem recentes, uma versão atualizada da fragata, a 22350M, deverá ter seu primeiro exemplar pronto em sete anos e possuirá um deslocamento de 7 mil toneladas.
Guerreiros multifuncionais
Em março de 2016 entrou ao serviço da Frota do Mar Negro o primeiro navio de patrulha do projeto 11356, o Admiral Grigorovich. Os navios desta classe são destinados a combater embarcações de superfície e submarinos, repelir ataques aéreos, em grupo ou sozinhos, e alvejar posições inimigas em terra.
Com oito silos de mísseis 3C14, os navios do projeto 11356 podem disparar tanto mísseis Kalibr-NK como os antinavio Oniks.
Para alvejar navios a curta distância, o Admiral Grigorovich possui um canhão A-190 de 100 mm, podendo atingir alvos até 21 km.
Para guerra antissubmarina, os navios patrulha possuem um lançador de bombas reativas RBU-6000 com 12 tubos, assim como quatro tubos de torpedo de 533 mm.
Sua defesa antiaérea é assegurada pelo complexo de mísseis Shtil-1, capaz de atingir alvos até 50 km e duas peças de artilharia antiaérea AK-630M para alvos próximos.
Todo o arsenal da embarcação é gerenciado pelo sistema de controle de tiro Puma, com capacidade de buscar, detectar e perseguir alvos a grande distância.
Além disso, um sistema de processamento de informações recolhe dados dos postos do navio e os repassa para sua tripulação.
O deslocamento da embarcação é de 4.035 toneladas e a velocidade máxima é de 30 nós, com navegação autônoma de um mês.
Defesa costeira
Atualmente a Marinha russa conta com seis corvetas do projeto 20380, destinadas a atuar junto às costas do país contra navios de superfície e submarinos, assim como auxiliar os fuzileiros navais.
Seu armamento principal é o sistema Uran-U, armado com mísseis antinavio X-35. Cada um deles possui uma carga incendiária e de fragmentação, capaz de destruir navios de qualquer tipo a uma distância de até 260 km.
Enquanto isso, a defesa antiaérea da embarcação é feita por um sistema de mísseis antiaéreos Redut, com alcance de 150 km.
O navio também conta com um canhão A-190 de 100 mm e quatro tubos de torpedo Kalibr-NK.
O navio possui ainda um helicóptero Ka-27 carregado a bordo, enquanto a estrutura do navio conta com tecnologia furtiva, reduzindo sua detecção pelo inimigo.
Seu deslocamento é de 2.220 toneladas, velocidade de 27 nós e autonomia de 15 dias.
Projeto 21631
De 2014 até 2019, oito navios do projeto 21631 Buyan-M entraram no serviço da Marinha russa.
Apesar de seu deslocamento ser de 950 toneladas, os navios desta classe possuem oito silos para mísseis Kalibr-NK. Durante a campanha síria, estes navios alvejaram posições terroristas a grande distância.
Além disso, cada unidade desta classe possui um canhão A-190 de 100 mm e uma peça de artilharia antiaérea AK-630M-2.
Contudo, o navio não pode ser usado em tempestades de nível 5.
Para maiores ações no mar alto, a Marinha russa usa embarcações do projeto 22800 Karakurt. Dois navios desta classe já foram incorporados à Frota do Mar Báltico, enquanto outras 14 unidades estão em construção.
A arma principal dos Karakurt são os mísseis Kalibr.
Seu deslocamento é de 800 toneladas e em seu convés está instalado um canhão AK-176MA de 76,2 mm, enquanto a defesa antiaérea é feita por duas peças AK-630 M, enquanto os outros exemplares da classe deverão ser armados com uma ZRK Pantsir-ME.