Ontem, a embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou uma nota afirmando que apoiava a entrada do Brasil na OCDE, espécie de "clube dos países ricos". Os EUA devem formalizar a posição em uma reunião do conselho da entidade nesta quarta-feira, em Paris.
Ao comentar o comunicado, Bolsonaro disse que a notícia era "bem-vinda".
"São mais de cem requisitos para você ser aceito. Estamos bastante adiantados, inclusive na frente da Argentina. E as vantagens para o Brasil são muitas. Equivale ao país entrar na primeira divisão", disse o presidente na porta do Palácio da Alvorada, segundo publicado pelo portal G1.
"A gente vinha trabalhando há meses em cima disso, de forma reservada, obviamente", acrescentou.
Argentina teria perdido prioridade
Após a divulgação do comunicado da embaixada, o Ministério da Economia afirmou que o ingresso do Brasil no órgão passaria a ser prioridade.
Em março do ano passado, Bolsonaro disse que tinha feito acordo com os Estados Unidos para que o Brasil abrisse mão do tratamento diferenciado na Organização Mundial do Comércio (OMC), e em troca os EUA iriam apoiar a entrada do Brasil na OCDE.
No entanto, em outubro, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou por meio de carta à OCDE que os EUA eram no momento favorável apenas às candidaturas de Romênia e Argentina, mais antigas que a do Brasil.
Logo após a polêmica, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA apoiavam a entrada do Brasil na entidade.
Por Trump, Brasil já estaria da OCDE, diz Bolsonaro
Segundo o G1, de acordo com assessores do governo, com a mudança de governo da Argentina, o país teria perdido a prioridade.
O presidente não falou em prazo, mas garantiu que se dependesse de Trump, o Brasil já teria ingressado na OCDE.
"Eu não posso falar em prazo. Isso depende. Não é apenas do Trump. Se fosse do Trump, [o Brasil] já estava lá. Depende de outros países também. E nós estamos vencendo resistências e mostrando que o Brasil é um país viável", disse.