Há mais de 70 anos após sua construção, o Gran Hotel Viena se tornou em um ponto turístico incomum no vilarejo argentino de Miramar, nas margens da lagoa de Mar Chiquita.
Conforme publicou o portal Infobae, o local possui uma história misteriosa desde sua construção, bancada pela família alemã Palkhe, que eram acionistas de uma das maiores empresas fornecedoras de canhões para tanques alemães, a Mannesmann.
Além disso, crê-se que os mais de 20 milhões de dólares usados para a construção do hotel teriam vindo direto dos cofres do Terceiro Reich. Enquanto isso, todos seus 70 funcionários eram alemães ou falavam a língua germânica, sendo que sua clientela era majoritariamente da Alemanha, Áustria ou croata.
Sabe-se que nos anos da Segunda Guerra Mundial, o hotel tinha a suástica nazista gravada em sua louça.
Em uma publicação no Twitter é possível ver o que sobrou do hotel.
Hoje sigo publicando as fotos das ruínas do Gran Hotel Viena de Miramar, Córdoba.
Também segundo o investigador do hotel, Fernando Soto Roland, a história do local coincide com eventos ligados à Alemanha.
"De 1938 a 1943 se constrói [a parte] VIP, ou seja, essa é a época do poderio alemão, do Terceiro Reich. De 43 a 45 se constrói o setor de classe média junto com uma clínica, justamente o momento da batalha de Stalingrado, onde os nazistas já sabem que vão perder. Se comenta que nesta zona muitos oficiais nazistas foram alojados já no desfecho do seu poder", afirmou o investigador.
Visitas de Hitler
Embora a história oficial diga que Adolf Hitler se suicidou em 30 de abril de 1945 em Berlim, o fato de seu corpo nunca ter sido encontrado levantou suspeitas de historiadores e jornalistas sobre seu fim, assim como de muitos oficiais nazistas.
Entre eles figura o jornalista argentino Jorge Camarasa, o qual explicitou em seu livro "Odessa al Sur. La Argentina como refugio de nazis y criminales de guerra" a fuga de membros do alto escalão alemão para o país sul-americano.
Também o jornalista Abel Basti escreveu em seu livro "Tras los passos de Hitler" que o ditador teria fugido para o país.
"Calcula-se que ao terminar a guerra, entre 1945 e 1955 – Juan Domingo Perón assumiu como presidente constitucional em 1946 – ingressaram legalmente na Argentina cerca de 80 mil alemães e austríacos [...] havia criminosos de guerra e fanáticos nazistas, que foram recebidos de braços abertos pelo governo de Buenos Aires", escreveu Basti.
Além disso, segundo Basti, existem fortes versões sobre supostos encontros de Hitler e Perón durante os anos 40 no Gran Hotel Viena, enquanto, segundo um dos guarda-costas de Hitler, o ditador teria admirado o pôr do sol no hotel ao visitar o local.
Os relatos também contam que Hitler visitou o hotel sob forte aparato de segurança.
Hotel abandonado
Hoje o Gran Hotel Viena já não atende mais seus clientes. Na década de 70, após forte inundação no vilarejo de Miramar, o local ficou parcialmente sob a água, após décadas de inaugurações e encerramentos de suas atividades.