Francesca Di Giovanni, que é laica, assumirá um posto recém-criado em uma unidade chamada Seção para Relações com Estados, na qual será subsecretária. Na prática, atuará como uma dos dois vice-ministros de Relações Exteriores do Vaticano.
A Igreja católica permite que apenas homens se tornem padres, mas não faz restrição à nomeação de mulheres na administração do Vaticano. No entanto, os altos postos sempre foram ocupados por homens.
Organizações como a União Internacional das Superioras Gerais, que reúne várias associações de freiras, vêm pedindo há algum tempo que o papa nomeie mais mulheres para cargos mais altos na hierarquia do Vaticano.
Um dos argumentos para a campanha é o fato de que mais da metade do 1,3 bilhão de católicos do mundo são mulheres. Além disso, a adesão a ordens religiosas femininas é três vezes maior do que a masculinas.
Di Giovanni, especialista em direito internacional e direitos humanos, supervisionará as relações multilaterais dentro da Secretaria de Estado, onde trabalha desde 1993.
Ao site Vatican News, ela disse que a designação era "inovadora".
'Santo Padre tomou decisão inovadora'
"É a primeira vez que uma mulher tem um cargo de direção na Secretaria de Estado. O Santo Padre tomou uma decisão inovadora, certamente, além da minha pessoa, representa um sinal de atenção para com as mulheres. Mas a responsabilidade é mais ligada ao trabalho do que pelo fato de ser mulher", afirmou.
A nomeação surge após polêmica envolvendo Francisco. Na noite do Ano Novo, foi divulgado um vídeo no qual ele aparece se libertando com duas palmadas de uma mulher que o sacudia pela mão para chamar sua atenção, no momento em que ele deixava a praça de São Pedro, no Vaticano, que estava repleta de fiéis. Depois, o papa se desculpou.