No trabalho publicado pela revista Science, pesquisadores afirmam que foi o impacto de um asteroide que causou a extinção dos dinossauros, mas que os vulcões podem ter moldado a vida que se desenvolveu posteriormente, revela a publicação Newsweek.
"Nossas evidências sugerem fortemente que a atividade vulcânica não contribuiu para a extinção", afirma Pincelli Hull, professor assistente de Geologia e Geofísica na Universidade de Yale, em entrevista para a revista norte-americana.
A pesquisa de Hull reforça a teoria de que um asteroide (e não a atividade vulcânica ou uma combinação dos dois) foi o responsável pela extinção dos dinossauros.
"A extinção dos dinossauros e boa parte da vida, ocorrida 66 milhões de anos atrás, é um dos grandes mistérios da ciência”, afirma Pau Pearson, professor honorário da Universidade de Cardiff, que não esteve envolvido no estudo.
Muitos outros pesquisadores defendem que foi o impacto do asteroide Chicxulub que levou à extinção dos dinossauros. Porém, alguns acadêmicos argumentaram que uma série de erupções na atual Índia teve um papel secundário – ou mesmo principal – na extinção, expelindo lava e gases tóxicos por um período de centenas de milhares de anos. Este argumento dividiu o campo acadêmico em dois.
Hull e outros cientistas examinaram registros geológicos de mudanças de ciclos de aquecimento e carbono, comparando as informações com os modelos de aquecimento vulcânico para descobrir o que realmente aconteceu. O carbono pode ser medido pela parte exterior do plâncton e dos crustáceos, que é formada a partir do carbonato extraído do CO2 nos oceanos.
Os pesquisadores identificaram que o cenário mais provável é o de um aquecimento vulcânico 200 anos antes da extinção, um período em que, de acordo com estudos anteriores, os dinossauros estariam prosperando.
A extinção pode ter ocorrido em um passado distante, mas os pesquisadores afirmam que hoje este evento tem uma importância vital.
"Este é um intrigante vislumbre de um momento fundamental da história da Terra. Caso não tivesse ocorrido, muito provavelmente não estaríamos aqui, e as espécies inteligentes na Terra seriam saurianas", afirma Matt Genge, palestrante na Universidade de Londres (University College London – UCL) em entrevista à Newsweek.
Além disso, Genge observa que "esta pesquisa é uma lição e advertência [...] Causamos quase tantos danos ao nosso planeta em 200 anos como algumas das maiores erupções vulcânicas ocorridas em 100.000 anos".