Em uma entrevista ao jornal The Washington Post, Nicolás Maduro afirmou que soube da conspiração contra ele dez dias antes de golpe falhado. No entanto, ele não tomou nenhumas medidas para deter os traidores porque queria entender a dimensão da revolta.
O presidente afirma que o chefe da Suprema Corte da Venezuela, Maikel Moreno, e o ministro da Defesa do país, Vladimir Padrino López, revelaram a ele todos os detalhes da conspiração, apesar de a oposição pensar que os dois estavam de seu lado. Assim, em 20 de abril, durante uma conferência, Maduro foi informado que o então chefe do Serviço de Inteligência Nacional da Venezuela (Sebin), o general Manuel Cristopher Figuera, tinha desertado para o lado dos seus inimigos e aconselharam a despedi-lo, mas o presidente decidiu "preparar uma armadilha", para o agora ex-chefe do Sebin que, no resultado, foi forçado fugir para a Colômbia e depois para os EUA. De acordo com o jornal, o golpe devia acontecer em 1º de maio, mas foi transferido para o dia anterior.
"Eu não pus termo a isso para ver quão longe iriam os tentáculos desta conspiração. Eu queria acabar com ela no dia anterior, mas eles começaram antes", disse Maduro.
Em abril do ano passado, o líder da oposição da Venezuela, Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino, convidou o povo da Venezuela e o Exército a saírem para as ruas para terminarem a operação "Liberdade" e derrubar o presidente legítimo, Nicolás Maduro. Seus apoiantes se reuniram em Caracas em frente da base militar La Carlota. Começaram confrontos entre os militares e apoiantes de Guaidó, que bloquearam a estrada perto da base. Depois, os protestos se espalharam para outras áreas perto de Caracas. As autoridades anunciaram que ocorreu um golpe de Estado.
No início de 2019, em 21 de janeiro, na Venezuela ocorreram protestos em massa contra Nicolás Maduro, logo depois da sua posse. Guaidó se proclamou chefe interino do governo. Alguns países do Ocidente, liderados pelos EUA, reconheceram o autoproclamado presidente. Maduro acusa Guaidó de colaborar com os EUA para derrubar o governo.
A Rússia, China, Turquia e outros países continuam apoiando Nicolás Maduro como presidente legítimo.