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FMI prevê estabilização da economia brasileira devido à 'melhora de atitude'

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa suas estimativas de crescimento da América Latina e Caribe para 2020 e 2021, enquanto no Brasil o período será de estabilização.
Sputnik

"A economia da América Latina crescerá, segundo as previsões, de 0,1% em 2019 para 1,6% em 2020 e 2,3% em 2021, [o que significa um retrocesso de 0,2 e 0,1 pontos porcentuais face às previsões anteriores]", indicou o FMI em relatório. 

Quanto ao Brasil, a entidade observa uma certa estabilização devido, segundo o FMI, a um crescimento das expectativas dos mercados em função da aprovação da reforma da Previdência, bem como a uma recuperação gradual da produção na indústria extrativa.

Fundo cita reforma da Previdência

Apesar da revisão para baixo da América Latina, o Fundo considera que a "melhora de atitude" do Brasil nos últimos meses contribuirá para que o crescimento da região não seja tão ruim como o esperado. 

Após citar a fragilidade do crescimento do México e do Chile, por exemplo, o informe explica que a diminuição das expectativas foram "compensadas por uma revisão em alta do prognóstico de 2020 do Brasil, graças a uma melhora de atitude após a aprovação da reforma da Previdência e a dissipação das perturbações na oferta do setor minerador". 

A reforma da Previdência, aprovada em novembro do ano passado pelo Congresso, era considerada a principal medida econômica do primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. Em relação à industria mineradora, a expectativa é de que o mercado se estabilize após a tragédia de Brumadinho. 

Para o ano de 2020, o relatório do FMI subiu sua projeção de alta do PIB brasileiro até 2,2%, ante o 2% previsto em outubro do ano passado. 

Em relação a 2021, a entidade espera um crescimento de 2,3%, enquanto no informe anterior a projeção era de 2,4%. 

Por outro lado, a previsão de crescimento para o balanço final de 2019 teve alta de 0,3%, passando de 0,9% para 1,2%, projeção maior do que do próprio governo brasileiro, que é de alta de 1,12%. O resultado final será divulgado em março pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Crescimento na zona do euro

O FMI também reviu a sua estimativa de crescimento na zona do euro, apontando agora para 1,3%, um décimo inferior à projeção anterior.

"Na zona do euro se prevê um aumento do crescimento de 1,2% em 2019 para 1,3% em 2020", indicou o FMI. A entidade atribui esta subida ao crescimento das expectativas de aumento da demanda externa.

Quanto a 2021, o FMI manteve em 1,4% sua projeção de crescimento para os países que utilizam a moeda única.

Crescimento do PIB global

Globalmente, o FMI reviu em baixa a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de 2020 e 2021, para 3,3% e 3,4%, respectivamente.

"Se prognostica um aumento do crescimento econômico global de 2,9% [em 2019] para 3,3% em 2020 e 3,4% em 2021, o que representa 0,1 ponto porcentual a menos [que na previsão de outubro] para 2019 e 2020, e em 0,2 ponto porcentual a menos [que a estimativa anterior] para 2021", de acordo com o documento.

Esta nova estimativa, segundo alguns analistas, se deve às "mudanças negativas na atividade econômica em alguns países de economias emergentes, em particular a Índia".

"Em alguns casos esta reavaliação reflete igualmente aumentos de tensões sociais", diz o informe.

Preços do petróleo em 2020

Contudo, em relação ao petróleo, o Fundo Monetário Internacional reviu em alta a previsão dos preços mundiais para 2020 em 0,09 dólar, ou seja, 58,03 dólares por barril, conforme referido no relatório do World Economic Outlook (WEO).

No tocante à previsão do preço médio para 2021, o barril de petróleo deverá alcançar uma média de 55,31 dólares por barril.

"O preço médio do barril em 2019 foi de 60,62 dólares. A estimativa do preço baseado nos mercados de futuros [do dia 12 de novembro de 2019] é de 58,03 dólares por barril em 2020 e de 55,31 dólares em 2021", indica o relatório.

O relatório de previsões econômicas do FMI, o World Economic Outlook (WEO), é publicado duas vezes por ano, em abril e outubro, sendo atualizado em janeiro e julho. O documento apresenta análises da economia mundial a curto e médio prazo, com estimativas futuras até quatro anos.

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