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Brasil vai negociar na Arábia Saudita em julho a sua entrada na OPEP, diz ministro

O Brasil iniciará as negociações para ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em julho na Arábia Saudita, mas não espera obter adesão este ano, disse o ministro da Energia do Brasil nesta quarta-feira durante uma visita à Índia.
Sputnik

O presidente Jair Bolsonaro discutiu a ideia de ingressar no grupo de produtores em outubro. Mas a proposta foi recebida com ceticismo, pois as autoridades questionaram se o país, que em 2019 se tornou um exportador líquido, estaria disposto a cumprir as restrições de oferta da OPEP.

Após uma reunião com o ministro do petróleo indiano Dharmendra Pradhan, o ministro da Energia brasileiro, Bento Albuquerque, disse à agência Reuters que viajaria para a Arábia Saudita no meio do ano, quando as negociações poderiam começar.

"A Arábia Saudita ocupa a presidência do G20. Estarei lá em julho e poderemos começar a discutir", declarou Albuquerque, acrescentando que não espera ser membro deste ano. Questionado se seu país estaria disposto a limitar a produção, Albuquerque avaliou que é "uma questão de negociações".

Albuquerque, que está em Nova Deli antes da visita de Estado de Bolsonaro no final desta semana, afirmou que as exportações brasileiras de petróleo em 2020 devem subir para cerca de 1,4 milhão de barris por dia (bpd) ante 1,1 milhão no ano passado, enquanto a produção de petróleo salta 13%, para 3,5 milhões de bpd.

Durante a visita de Bolsonaro, a Índia espera assinar acordos, incluindo um Memorando de Entendimento para cooperação no setor de petróleo e gás natural, informou um comunicado nesta quarta-feira.

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Investimentos indianos

A Índia, o terceiro maior consumidor e importador de petróleo do mundo, que importa mais de 80% de suas necessidades, geralmente conta com o Oriente Médio para a maior parte de seu suprimento.

Mas suas importações daquela região caíram para uma baixa de quatro anos no ano passado, quando o país diversificou suas fontes para se proteger dos riscos geopolíticos.

"A Índia está diversificando seu suprimento de petróleo e nossas empresas de petróleo manifestaram interesse em adquirir mais petróleo do Brasil, se oferecerem condições comerciais favoráveis", twittou o ministro do petróleo Pradhan depois de conhecer Albuquerque.

Pradhan disse que também buscou monetizar antecipadamente os investimentos existentes da Índia no setor energético brasileiro. A ONGC Videsh Ltd da Índia e a Bharat PetroResources têm participação em alguns blocos de exploração no Brasil.

A Índia quer que sua refinadora de topo, a Indian Oil Corp, e outras refinarias estatais assinem acordos anuais de importação de petróleo com o Brasil, revelou uma fonte do ministério.

Em 2019, as importações de petróleo da Índia do Brasil caíram 23%, para cerca de 47.000 bpd, mostraram dados de petroleiros obtidos de fontes da indústria.

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