As ondas gravitacionais costumam resultar de eventos desastrosos que ocorrem no Universo, como a fusão de duas estrelas de nêutrons ou a colisão de buracos negros. Além disso, algumas vezes estes fenômenos surgem sem qualquer causa aparente e um destes casos foi detectado pelo Observatório LIGO.
As ondas detectadas surgiram de uma região onde se encontra a grande estrela vermelha Betelgeuse, na constelação de Orion, que escureceu recentemente. Este escurecimento gerou polêmica sobre sua natureza e possibilidade de se converter em uma supernova.
"Estima-se que a Betelgeuse não se converterá em uma supernova durante os próximos 100.000 anos. Contudo, quando uma estrela escurece é sinal de que algo está acontecendo com ela", escreveu o portal Science Alert.
Os especialistas consideram que a Betelgeuse é uma estrela variável e sua luminosidade pode flutuar. Estrelas como esta não são estáticas e mostram mudanças tanto de forma periódica quanto não periódica de sua luminosidade.
O tipo de ondas gravitacionais detectadas pelo LIGO são chamadas de ondas de explosão, que podem ser produzidas por uma supernova. Entretanto, a Betelgeuse ainda não é uma delas e não o será por um bom tempo. É por isso que diversos especialistas consideram que a detecção de ondas gravitacionais próximas de uma estrela pode não estar ligada a ela.
"Sou sempre cético a respeito da detecção de ondas gravitacionais, já que é fácil confundi-las com glitches", afirmou Christopher Berry, astrofísico do Centro de Exploração Interdisciplinar e Pesquisa em Astrofísica da Universidade Northwestern.
O glitch é um tipo de problema técnico que consiste na elevação abrupta da rotação de frequência de um pulsar. Sua causa exata ainda é desconhecida, mas acredita-se que são causados por um processo interno dentro do pulsar.
A explosão da Betelgeuse mudará o céu noturno para sempre, já que a explosão da estrela pode produzir um grande volume de raios X e radiação ultravioleta, enquanto que o material estelar é ejetado no espaço com uma grande força, porém ela não causaria danos sérios à Terra, pois é pouco provável que ela produza raios gama, além de nosso planeta estar a aproximadamente 700 anos-luz de Betelgeuse.