Mohammed Javad Zarif afirmou à revista alemã Der Spiegel que "nunca descartaria a possibilidade de as pessoas mudarem de abordagem e reconhecerem as realidades", em entrevista realizada na sexta-feira em Teerã.
As tensões entre Washington e Teerã aumentaram desde 2018, quando o presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Desde então, os EUA impuseram mais uma vez sanções duras que paralisaram a economia do Irã.
No entanto, Zarif declarou que o Irã ainda está disposto a conversar, apesar de ter reiterado a demanda anterior de seu país de que os Estados Unidos primeiro teriam que retirar as sanções contra Teerã.
"Para nós, não importa quem está sentado na Casa Branca, o que importa é como eles se comportam", acrescentou, citado pela Der Spiegel. "O governo Trump pode corrigir seu passado, suspender sanções e retornar à mesa de negociações. Ainda estamos na mesa de negociações. Eles foram os que partiram".
Trump argumenta que o acordo nuclear de 2015 deve ser renegociado porque não abordou o programa de mísseis balísticos do Irã ou sua participação em conflitos regionais. Os outros signatários do acordo nuclear (Alemanha, França, Grã-Bretanha, China e Rússia) têm lutado para manter o pacto vivo.
Após o ataque com um drone americano em 3 de janeiro, que matou o general da Guarda Revolucionária Qassem Soleimani, o Irã anunciou que não atenderia mais a nenhuma das limitações do acordo para suas atividades de enriquecimento nuclear. O país então retaliou em 8 de janeiro, lançando mísseis balísticos contra duas bases no Iraque que abrigam tropas americanas, causando ferimentos entre os soldados de lá, mas nenhuma morte.