De acordo com cientistas internacionais ligados à Universidade de Lund, a substância, tratada como inofensiva pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), além de alterar características da água, também atrai o vetor responsável pela transmissão de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, os pesquisadores descobriram que a geosmina atrai mais especificamente a fêmea do mosquito, estimulando-a a colocar seus ovos na água, uma vez que, onde há a substância, há também micro-organismos dos quais as larvas do Aedes podem se alimentar.
Desde o início do ano, habitantes de diferentes partes da cidade e da região metropolitana do Rio vêm se queixando do cheiro e do gosto da água fornecida pela Cedae, que, por sua vez, tentou tranquilizar a população afirmando se tratar apenas de um caso de contaminação por uma substância que não faria mal à saúde humana.
Nos últimos dias, a companhia estadual deu início a um tratamento com carvão ativado para reduzir o cheiro da geosmina no reservatório do Guandu. Mas, segundo uma das cientistas responsáveis pela pesquisa disse à reportagem, os mananciais de onde essa água foi tirada continuarão sendo uma fonte em potencial para a proliferação do mosquito no caso de continuarem recebendo esgoto.