Gelo polar no planeta vermelho desperta interesse da comunidade científica

Novo modelo desenvolvido por cientistas busca explicar natureza peculiar de um depósito de água e gelo no polo sul de Marte, que aparentemente contém tanto CO2 quanto toda a atmosfera do planeta.
Sputnik

Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), da Universidade do Colorado e do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA desenvolveram um novo modelo que lida com a conexão entre a atmosfera e depósitos de gelo em Marte, relata o portal Phys.org.

De acordo com o portal, a equipe busca confirmar que a presença da fina atmosfera dióxido de carbono em Marte, primeiramente detectada pela sonda Mariner IV, poderia ser explicada pela existência de "depósitos polares de gelo de CO2 estáveis durante um longo prazo" no planeta que "controlariam a pressão atmosférica global".

O novo modelo explora a existência um depósito em camadas de água congelada e de gelo de CO2 no polo sul de Marte, que aparentemente contém tanto CO2 quanto toda a atmosfera do planeta hoje.

"Geralmente, quando se desenvolve um modelo, não se espera que os resultados correspondam tanto ao que se observa. Porém, a espessura das camadas, como foi determinada pelo modelo, corresponde fantasticamente às medições por radares de satélites em órbita", diz Peter Buhler, PhD do JPL e autor do modelo.

A pesquisa sugere que o depósito foi formado pela oscilação de Marte em seu eixo rotacional ao longo dos últimos 510.000 anos, que fez com que o polo recebesse quantidades variáveis de luz solar.

Portanto, o gelo se formava quando o polo recebia menos luz solar, mas se sublimava durante os períodos com mais sol. Este ciclo fez com que se criassem camadas alternadas de água e gelo.

"Nosso trabalho sobre a história das grandes variações de pressão de Marte é fundamental para entender a evolução do clima de Marte, incluindo a história da estabilidade da água líquida e habitabilidade perto da superfície marciana", comentou Buhler.

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