Mais de 98% da superfície de Plutão consiste em nitrogênio sólido, com traços de metano e monóxido de carbono. O nitrogênio congelado forma geleiras e planícies e é afetado por falhas e fissuras geológicas, assim como ocorre em Marte e na Terra, segundo dados da sonda New Horizons.
Um novo estudo publicado pela Journal of Geophysical Research: Planets revela como o "coração gelado" de Plutão controla os processos atmosféricos do planetoide.
A Região de Tombaugh, ou coração de Plutão, é uma grande superfície brilhante de Plutão. A região da metade esquerda do coração, conhecida como planície Sputnik, é uma planície de gelo, que abriga uma bacia de quatro quilômetros de extensão para baixo, onde o novo estudo se concentra.
Esta bacia é formada por nitrogênio sólido altamente volátil, formando um reservatório permanente de gelo, e também concentra a maior parte da fina atmosfera de Plutão. Durante o dia, uma camada desse nitrogênio derrete e se evapora para a atmosfera, enquanto que à noite, o vapor se condensa e novamente forma o gelo.
Neste momento, esse ciclo empurra a atmosfera de Plutão em direção oposta à sua rotação. Esse processo de aquecer durante o dia e esfriar durante a noite assemelha-se a um batimento cardíaco proveniente do recurso semelhante ao coração de Plutão.
"Destaca o fato de que a atmosfera e os ventos de Plutão, mesmo com uma baixa densidade da atmosfera, pode afetar a superfície", afirmou o astrofísico e cientista planetário do Centro de Pesquisa Ames da NASA, Tanguy Bertrand.
O fluxo de ar gerado pela planície Sputnik se assemelha ao vento na Terra, apresentando uma grande semelhança com a corrente marinha Kuroshio. As altas falésias da planície Sputnik prendem o ar dentro da bacia, circulando e ficando mais poderosa.
"A planície Sputnik pode ser tão importante para o clima de Plutão quanto o oceano para a Terra", ressaltou Bertrand, enfatizando que Plutão é notável.