Líder catalão manda recado para Madri: 'Seremos independentes da Espanha'

A sucessão da Catalunha da Espanha é "absolutamente irreversível", disse o líder regional Quim Torra, acrescentando que está pronto para negociar a data de um novo referendo de independência com o governo central de Madri.
Sputnik

Torra se encontrou com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez em Barcelona nesta sexta-feira para delinear a agenda para as negociações mais amplas sobre o futuro da Catalunha, que serão realizadas no final de fevereiro.

Eles se encontraram pela primeira vez em mais de um ano após o colapso das negociações anteriores no final de 2018. Porém, parece que Madri e Barcelona já estão indo à mesa de negociações com posições completamente opostas.

Sanchez, que rejeita vigorosamente a ideia da independência da Catalunha e um novo referendo, disse que "o que o governo da Espanha está propondo é um recomeço". Mas Torra afirmou à agência Reuters que não está procurando um "reinício", já que a separação da Espanha é "absolutamente irreversível".

"Seremos independentes", destacou.

Resolver o "conflito quente" entre Barcelona e Madri significa deixar "o povo catalão decidir seu próprio futuro de forma democrática e pacífica", comentou.

Insistência e repressão

Torra, que está ignorando uma proibição de 18 meses para ocupar um cargo público em prol de suas próprias atividades pró-independência como líder catalão, pontuou que planeja discutir a data para um novo referendo nas próximas negociações com Sanchez.

Líder catalão manda recado para Madri: 'Seremos independentes da Espanha'

A Catalunha realizou uma votação de independência em outubro de 2017, na qual 92% votaram para se separar da Espanha. O referendo, considerado ilegal por Madri, foi marcado por uma violenta repressão aos eleitores pela polícia espanhola. O Parlamento catalão aprovou uma declaração de independência após a votação.

A decisão foi suspensa pelo governo espanhol, que dissolveu o Parlamento local e ordenou uma eleição rápida. As principais figuras do movimento pela independência, incluindo o vice-presidente catalão Oriol Junqueras, foram colocadas atrás das grades para organizar o referendo.

O líder da região, Carles Puigdemont, fugiu da Espanha para escapar da acusação, mas seu mandado de prisão ainda permanece.

Em outubro do ano passado, a Catalunha foi abalada por protestos violentos quando manifestantes entraram em conflito com a polícia e queimaram carros, exigindo novamente a independência da Espanha e a libertação dos presos.

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