"Agora, ao mesmo tempo, Rússia e China querem ambas negociar conosco para acabar com essa loucura de gastar bilhões e bilhões de dólares em armas nucleares", disse Trump na segunda-feira (10) em uma sessão de negócios da Casa Branca com os governadores.
"Mas a única maneira, até termos esse acordo - a única coisa que posso fazer é criar, de longe, a força nuclear mais forte do mundo, que, como sabem, nos últimos três anos, modernizamos muito nossa capacidade nuclear", complementou.
Os EUA têm uma grande quantidade de "mísseis super-rápidos", e o país precisa deles porque tanto Moscou quanto Pequim possuem armas semelhantes, destacou Trump.
"Temos mísseis super-rápidos - um número tremendo de mísseis super-rápidos. Chamamos eles 'super-rápidos', onde são quatro, cinco, seis, e até sete vezes mais rápidos que um míssil comum", observou Trump.
"Nós precisamos disso porque, mais uma vez, a Rússia tem alguns. Não direi como eles [russos] conseguiram isso. Eles conseguiram, supostamente, a partir de planos da administração Obama quando não estávamos fazendo isso. E isso é muito ruim. Isso não é bom. Mas foi assim que aconteceu. E a China, como sabe, está fazendo isso", comentou.
Na segunda feira (10), o secretário de Energia dos EUA, Dan Brouillette, afirmou que o orçamento de Trump de US$ 35,4 bilhões (R$ 153 bilhões) para 2021 mostra que os Estados Unidos levam a sério a atualização do arsenal nuclear do país.
Acordos nucleares
A declaração do presidente americano vem um ano depois de Washington ter decidido se retirar do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), de 1987, com a Rússia e ter começado a testar novos mísseis que operam em alcances anteriormente proibidos.
O Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START III) expira no início de 2021 e os EUA ainda não determinaram se pretendem renová-lo.
Washington declarou anteriormente que os acordos com Moscou devem incluir não só as armas que estão sujeitas ao START III, mas também outras armas e veículos de lançamento que ainda estão em desenvolvimento na Rússia, incluindo dispositivos nucleares de baixa potência em novos veículos de lançamento.
Em dezembro de 2019, o presidente russo Vladimir Putin disse estava pronto para estender o START III até o final do ano, mas até o momento não obteve resposta do lado americano.