Presidente de Portugal reage à suspensão de voos da TAP para a Venezuela

Marcelo Rebelo de Sousa comentou a decisão do governo de Caracas de suspender os voos da companhia aérea portuguesa sob acusação de transportar explosivos e ocultar a identidade de um passageiro.
Sputnik

Nesta terça-feira (19), o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, repudiou a decisão das autoridades venezuelanas de suspender as operações da TAP Air Portugal por 90 dias, afirmando que tais decisões não têm "o mínimo fundamento", são "inaceitáveis [...] e incompreensíveis".

"É injusto, é inaceitável. É uma postura, na ótica do Governo, na ótica do presidente da República, na ótica de Portugal, totalmente incompreensível e, portanto, não pode deixar de ser repudiada", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Anteriormente, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (das Relações Exteriores) português havia se manifestado, "considerando incompreensível aquilo que é noticiado como sendo uma possível suspensão de voos da TAP, que tem efeitos reputacionais para a TAP, mas tem efeitos reputacionais para Portugal".

"Não vejo nenhuma espécie de justificação, seja pelo histórico da TAP na Venezuela, pelo muito que a TAP já deu e por não haver nenhum indício. Por não ter sido apresentado nenhuma prova que seja possível de escrutinar de forma objetiva, que não sejam apenas alegações", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, conforme reportou a Lusa.

Nesta segunda-feira (19), o governo de Caracas impôs uma suspensão de 90 dias às operações da companhia aérea TAP no país, após acusar a empresa de transportar explosivos em um voo de Caracas para Lisboa. 

O ministro dos Transportes da Venezuela, Hipólito Abreu, esclareceu a decisão venezuelana em sua conta nas redes sociais:

​"Devido às graves irregularidades cometidas no voo TP173, e em conformidade com os regulamentos nacionais da aviação civil, as operações da companhia aérea TAP ficam suspensas por 90 dias, como medida cautelar para garantir a segurança operacional da Venezuela".

Na passada semana, o Governo venezuelano declarou ter informações de que a TAP teria permitido o transporte de explosivos e ocultado a identidade de um de seus passageiros, o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, em um voo para Caracas, o que violaria os "padrões internacionais".

De acordo com Caracas, o tio de Guaidó, Juan Marquez, que acompanhava o sobrinho no voo de Lisboa a Caracas, teria transportado "lanternas de bolso táticas" que escondiam "substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria", informou o jornal Correio da Manhã.

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